Após morte do Papa Francisco, prefeitura de Juranda relembra milagre reconhecido pelo Vaticano
Após a notícia da morte do Papa Francisco, nessa segunda-feira (21), a prefeitura de Juranda publicou uma nota de pesar nas redes sociais. No texto, a administração municipal destacou a importância do pontífice na canonização dos Pastorinhos de Fátima, em 2017. A nota também relembrou o episódio conhecido mundialmente como o “Milagre de Juranda”, que teve como protagonista o menino Lucas Batista.
O caso, que marcou a história do município, teve início em 2013, quando Lucas, na época, com cinco anos de idade, sofreu um grave acidente ao cair de uma janela de 6,5 metros de altura. O impacto causou traumatismo craniano considerado irreversível pelos médicos. Diante da gravidade do quadro, a família recorreu às Irmãs Carmelitas do Mosteiro de Nossa Senhora do Carmo, em Campo Mourão, que iniciaram uma corrente de orações pedindo a intercessão dos Pastorinhos de Fátima – Francisco e Jacinta Marto – também crianças.
Surpreendendo médicos e familiares, Lucas despertou do coma poucos dias depois e recebeu alta completamente recuperado, sem apresentar sequelas. O episódio, que logo foi considerado um milagre pela comunidade local, passou a integrar o processo de canonização dos Pastorinhos, já beatificados pelo Papa São João Paulo II no ano 2000.
Após uma investigação rigorosa conduzida por um tribunal eclesial, o Vaticano reconheceu oficialmente a cura de Lucas como milagre atribuído à intercessão dos irmãos Francisco e Jacinta. A canonização foi oficializada pelo Papa Francisco no dia 13 de maio de 2017, durante uma celebração no Santuário de Fátima, em Portugal. Na ocasião, Lucas e sua família estiveram presentes e, em um momento que emocionou os fiéis, o menino, já com 9 anos, subiu ao altar e abraçou o Santo Padre.
Desde então, Juranda passou a ser conhecida como a “Cidade do Milagre” e anualmente celebra o aniversário da canonização com eventos religiosos que reúnem fiéis de várias cidades. Em fevereiro deste ano, as celebrações do oitavo aniversário de canonização, realizadas em dois dias, atraíram milhares de pessoas em momentos de oração, devoção e comunhão.
A atual prefeita da cidade, Joelma Damasceno Demeneck, também destacou o impacto do reconhecimento do milagre para a história do município. “Um marco que toca profundamente o povo de Juranda, já que o milagre atribuído aos Pastorinhos envolveu o menino Lucas, jurandense, cuja cura foi reconhecida pelo Vaticano”, escreveu.
Os Pastorinhos, Francisco e Jacinta, ao lado da prima Lúcia, foram testemunhas das aparições da Virgem Maria em Fátima, Portugal, entre maio e outubro de 1917. As aparições, seis ao todo, incluem o momento conhecido como “Segredo de Fátima”, revelado durante o terceiro encontro, em 13 de julho daquele ano.
Com a canonização reconhecida em 2017, os Pastorinhos se tornaram os santos não mártires mais jovens da Igreja Católica, deixando um legado de fé que segue vivo, especialmente em Juranda, que mantém viva a memória desse episódio que ligou a cidade ao Vaticano e ao mundo.
“Hoje, com o coração entristecido, recordamos com carinho a sensibilidade e a espiritualidade do Papa Francisco. Seu legado permanecerá vivo entre nós, especialmente por sua ligação tão próxima com a história que transformou Juranda na Cidade do Milagre”, expressou a administração municipal.
Falecimento do papa
O falecimento do Papa Francisco foi anunciado oficialmente na manhã dessa segunda-feira (21), pelo Cardeal Kevin Joseph Farrell, camerlengo do Vaticano. No mesmo dia, o relatório divulgado pelo Vaticano indicou que a causa da morte foi decorrente de um AVC e falência cardíaca irreversível.
Nesta terça-feira (22), foram divulgadas as primeiras imagens do Papa Francisco deitado em um caixão de madeira, na residência da Casa Santa Marta, no Vaticano. Na quarta-feira (23), o corpo será transladado para a Basílica de São Pedro.
Já no sábado (26), será celebrada a Missa das Exéquias, marcando o primeiro dos nove dias de luto e orações em honra ao pontífice falecido – chamado de Novendiali (novendário). Após as celebrações, o caixão do papa será levado novamente para o interior da Basílica de São Pedro. Em seguida, será transferido para a Basílica de Santa Maria Maior, onde ocorrerá a cerimônia de sepultamento.