Araruna será sede do 38º Encontro Estadual de Sericicultura

A cidade de Araruna, será sede do 38º Encontro Estadual de Sericicultura (bicho da seda) que pretende reunir mais de 1.500 participantes de várias regiões produtoras. O evento será no dia 21 de julho deste ano, no Ginásio de Esportes Zé 14. A programação está agendada para início às 8 horas com encerramento às 17 horas.

“Os produtores participarão de diversas palestras do setor, entre elas, informações de novas tecnologias , pesquisas científicas e acadêmicas bem como panorama do mercado da seda”, informou o secretário de Agricultura de Araruna, Antônio Ramalho Sobrinho.

Conforme o secretário, a sericicultura tem se tornando uma importante aliada como opção de fonte e renda aos produtores familiares da cidade de Araruna. Considerada como uma alternativa de diversificação da propriedade rural, a cultura tem atraído vários produtores do município, tendo como uma das vantagens, a adequação da atividade para pequenas propriedades.

A atividade pode ainda aliar a outras culturas e criações de subsistência ou comercial, promovendo a geração de empregos. O caráter ambiental é outra vantagem do sistema, uma vez que praticamente não se utiliza agrotóxicos nas amoreiras. O secretário da Agricultura explica que um fator que facilitou para o sericicultor de Araruna foi à criação da Associação de Sericicultores de Araruna (Araseda), fundada em 2019 com auxílio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater (IDR-Paraná).

Pelo Instituto, os produtores recebem as larvas do bicho da seda e entregam os casulos no próprio município. Anteriormente tinham de buscar e entregar os casulos em outra cidade, aumentando os custos de produção. “A atividade gera uma boa rentabilidade”, disse Ramalho.

Ele exemplificou que tem produtor que trabalha, por exemplo, em uma área de 2 hectares de amora (alimento do bicho da seda), conseguindo uma receita anual de mais de R$ 50 mil, com custo de produção em torno de R$ 11 mil. Para se ter uma ideia, seriam necessários produzir quase 260 sacas de soja (cotada hoje a R$191,49 a saca ) para obtenção da receita adquirida com a sericicultura.

Atualmente, o município tem cerca de 24 famílias na atividade, cultivando cerca de 54 hectares de amora. A boa rentabilidade da atividade vem atraindo mais produtores. Em algumas propriedades, a sericicultura já passou a contar como atividade principal. “Acreditamos que o nosso município tem potencial para aumentar a quantidade de produtores e para isso nós enquanto gestores estamos apoiando em tudo que for possível junto ao IDR-PR”, comentou o prefeito da cidade, Leandro Oliveira, que é também presidente da Comcam. Ele convida toda a região a participar do encontro. “Será um momento oportuno para o produtor se informar e tirar dúvidas com foco sempre no aumento de sua produtividade e renda”, ressaltou.

O setor da sericicultura está em expansão no Paraná, que conta com mais de 4.060 hectares plantados com amoreiras e cerca de 2 mil produtores responsáveis por uma produção de mais de 2,5 toneladas de casulos verdes. Atualmente, o quilo de casulo verde é vendido pelos produtores entre R$ 18,00 a R$ 20,00.

Os maiores compradores são os países europeus e asiáticos. No ano passado as exportações renderam US$ 28,08 milhões ao Estado. No Paraná, a atividade é impulsionada pelo clima favorável ao cultivo da amoreira, pela adoção de manejo correto por parte dos produtores, pela fertilidade do solo e pela aplicação de tecnologia.

As folhas da planta servem como alimento para os bichos da seda. Além da rentabilidade, a sericicultura é uma atividade sustentável ao meio ambiente, pois denuncia casos de derivas – desvio de agrotóxico para lavouras vizinhas, fora da área que se pretende atingir. De acordo com cálculos, com dois a três hectares plantados com amoreira é possível obter renda de R$ 5 mil a R$ 6 mil durante 10 meses do ano.