Com preços estáveis, colheita do milho safrinha entra na reta final na Comcam

O clima seco e quente dos últimos dias está contribuindo para o avanço da colheita do milho safrinha na região de Campo Mourão, que atingiu 92% da área nesta terça-feira (1). O que vem animando os produtores rurais são os preços do cereal, que seguem estáveis em plena safra. 

De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), núcleo de Campo Mourão, órgão ligado à Secretaria da Agricultura do Estado, a expectativa é que os trabalhos sejam finalizados dentro das próximas duas semanas. O plantio da soja estará liberado a partir do dia 10 deste mês com o fim do vazio sanitário. 

O técnico do Deral em Campo Mourão, Paulo Soares Borges, informou que o volume de produção do milho está dentro da expectativa na Comcam, mesmo com a frustração da safra. Apesar da seca, que afetou a cultura no estágio inicial de desenvolvimento, a média de produção é de 5,5 mil quilos do grão por hectare. 

De acordo com o Deral, a área plantada com milho na Comcam é de 343.618 hectares. Segundo o órgão, a expectativa é de uma produção total de 1,9 milhão. A princípio, as estimativas apontavam 2,1 milhões de toneladas. Mas a estiagem frustrou os números. 

“Tivemos a pior seca do estado no primeiro quadrimestre do ano. Isso impactou o potencial produtivo”, informou em recente entrevista à TRIBUNA o analisa de milho do Deral Edmar Gervásio. Somente na região de Campo Mourão, as perdas são estimadas em 120 mil toneladas. No entanto, os preços estão compensando a redução da produção. Para se ter ideia, a cotação do milho fechou agosto com preço histórico, com valores 30% maiores que a média de 2019.

Em relação ao início de agosto, o cereal valorizou ainda mais. A saca de 60 quilos que vinha sendo cotada em média a R$ 48,00 subiu para R$ 51,00 agora. “O preço está animando os produtores e tem a tendência de subir ainda mais”, falou o técnico Paulo Borges.

Em nível de Paraná,  os dados iniciais apontavam para uma produção de 13 milhões de toneladas de milho, e produtividade média de 100 sacas por hectare, mas estes índices foram reduzidos para produção de 11,4 milhões de toneladas e produtividade média de 88,33 sacas por hectare. No Estado, 78% da safra foi colhida. 

Recorde de exportações

Analistas estimam que as exportações do agronegócio brasileiro devem bater recorde em 2020, totalizando US$ 106,1 bilhões. Com importações estimadas em US$ 12,3 bilhões, o saldo da balança comercial do setor também deve ser o maior da história: US$ 93,8 bilhões. No primeiro semestre, a participação do agronegócio nas exportações brasileiras chegou a 50,8%. No mesmo período do ano passado, respondia por 43,2% dos embarques.