Comunidade recolhe embalagens de agrotóxicos em Corumbataí do Sul

Uma ação em conjunto na cidade de Corumbataí do Sul, entre a prefeitura, o Colégio Estadual do município, Cooperativa Agroindustrial de Produtores de Corumbataí do Sul (Coaprocor), e o Instituto Emater, fez o recolhimento de embalagens vazias de agrotóxicos.  

Agentes comunitários da saúde ajudaram na divulgação e conscientização sobre a importância do recolhimento das embalagens. No Colégio Estadual de Corumbataí do Sul foi realizada uma palestra com os alunos para que eles tomassem conhecimento dos riscos que essas embalagens representam se descartadas de maneira incorreta. Dessa forma os estudantes puderam orientar e incentivar seus familiares e vizinhos a participarem da ação.

O extensionista da Emater no município, Eliezer Tierling informou que há quatro anos não era realizada coleta de embalagens em Corumbataí do Sul. Segundo ele, cerca de 20 produtores participaram da ação e entregaram 400 quilos de embalagens. 

“Foram coletadas embalagens antigas que estavam nas propriedades. Em alguns casos os produtores mantinham o material em locais específicos, mas alguns deixavam a céu aberto”, observou. As embalagens recolhidas foram destinadas à Associação dos Distribuidores de Insumos e Tecnologia Agropecuária (ADITA), empresa credenciada junto ao Inpev.  Tierling disse que a intenção é repetir a coleta anualmente em Corumbataí do Sul.

Risco

Embalagens de agrotóxicos quando abandonadas no ambiente, enterradas ou descartadas em aterros, podem contaminar o solo e os rios. No passado esse problema era grave, mas na última década vem mudando com a união de produtores, fabricantes, distribuidores e poder público. Atualmente, o Brasil é recordista mundial no recolhimento de embalagens de agrotóxicos. Nos últimos dez anos, o percentual de embalagens plásticas colocadas no mercado e recolhidas pela indústria, após o uso do produto, atingiu 95%, segundo o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev). Esse índice tornou o país líder e referência mundial no tema. 

Coleta itinerante 

A (Adita), com sede em Campo Mourão, iniciou em março deste abo o calendário de coleta itinerante de embalagens de agrotóxicos para a destinação correta em toda a região. O recolhimento acontece em todos os 25 municípios da Comcam – Altamira do Paraná; Araruna; Barbosa Ferraz; Boa Esperança; Campina da Lagoa; Campo Mourão; Corumbataí do Sul; Engenheiro Beltrão; Farol; Fênix; Goioerê; Iretama; Janiópolis; Juranda; Luiziana; Mamborê; Moreira Sales; Nova Cantu; Peabiru; Quarto Centenário; Quinta do Sol; Rancho Alegre d'Oeste; Roncador; Terra Boa; e Ubiratã. 

De acordo com o gerente Operacional da Adita, Waldir José Baccarin, que este tipo de serviço é oferecido pela associação todos os anos.  A coleta é feita sem custos para o produtor rural. De acordo com Baccarin, este trabalho vem sendo feito desde 2000, quando passou a ser obrigatório por lei o recolhimento e destinação correta das embalagens para evitar que elas sejam descartadas ao meio ambiente ou reutilizadas para outros fins.

Em torno de 90% das embalagens são recicladas desde que sejam lavadas corretamente. “Em tono de 8 a 10% que volta contaminado sem a possibilidade de reciclagem é incinerado em fornos controlados. São dois locais de incineração no Brasil que oferecem essa possibilidade”, informou.

Em 2018 a Adita realizou mais de 5 mil atendimentos a produtores rurais em 70 municípios do Noroeste do Paraná. Foram coletadas no período quase 800 toneladas de embalagens de forma itinerante pela associação. Para este ano, a expectativa é superar essa quantidade.