Em meio ao vírus, Gustavo se ajoelha

E a vida segue. Como tem de ser. Em tempos de pandemia, quando o assunto é sempre o mesmo, o tal vírus, o brasileiro vai levando do seu jeito. Ainda há espaço para dilemas. Emoções. Angústias. E, principalmente, amor. Dias desses, Gustavo Santos, um jovem de 23 anos, pequeno empresário de Luiziana, aprontou uma surpresa a sua namorada. Ele clamou pela ajuda de um restaurante. Pediu que permitisse sua entrada para pedir a moça em casamento. Queria surpreendê-la. E conseguiu. Felizmente, a resposta foi sim. Ufa.

O esforço do rapaz foi grande. Possivelmente, do tamanho da paixão pela namorada. Ariely Putton é uma menina ainda. Tem 21 e é estudante de Engenharia de Produção. Boa moça, estuda o dia todo. Nas horas de folga, faz a parte financeira da empresa de Gustavo. Ele mantém uma, como ele diz, estética automotiva. Na verdade, um negócio voltado ao polimento de máquinas agrícolas.

O casal se conhece desde sempre. A cidade é pequena. Mas começaram o namoro em 2014. Exatamente no dia do aniversário dela. Já se vão seis anos. Os pais aceitaram numa boa. Agora, com o pedido de casamento então, adoraram. Com exceção do pai de Gustavo. Ele morreu há pouco mais de dez meses. Vítima de infarto. “Passamos momentos muito difíceis com a sua morte. Então, quis fazê-la feliz com o pedido”, disse. 

Gustavo sabia que a pandemia fez com que os restaurantes virassem ambientes fantasmas. Tudo fechado. Salve o vírus. Mas ele precisava de um lugar romântico. Um local capaz de surpreender. De receber seu sim. Então falou com o responsável. A princípio a resposta foi não. Mas ele insistiu. Era uma causa nobre. Afinal de contas, o mundo não pode parar. Ops. O amor não pode parar.  

O noivo levou as alianças e um buquê de flores à tarde. Combinou tudo com o proprietário. Até a música. À noite, os dois chegaram. Ariely até desconfiou de algo. Mas com a conversa, esqueceu. Em seguida, chega um prato decorado. Estava escrito: “Quer casar comigo”? No meio, um par de alianças. Gustavo ajoelha e a pede em casamento. Graças a Deus ela disse sim. O esforço não foi em vão. Então chega o buquê. Ele a entrega. Se beijam. Choram. A emoção toma conta do ambiente. Os fantasmas sumiram. O amor prevalece. Gustavo está feliz. E, Ariely, contagiada. Não pelo vírus. Mas pelo sentimento. E a vida segue.