Farol é o 14º município da Comcam a decretar emergência por conta da seca

O município de Farol também decretou nesta quinta-feira (13), estado de situação de emergência em decorrência da estiagem prolongada que vem a cada dia aumentando os prejuízos na agricultura. O decreto é válido por 180 dias, ou seja, seis meses. É a 14ª cidade da Comcam a adotar a medida.

De acordo com o documento, assinado pelo prefeito em exercício, Iranlei Saraiva (Podemos), nos últimos três meses o município registrou o acumulado de apenas 55 milímetros de chuva enquanto o esperado para o período era 600 mm.

Conforme o prefeito interino, a falta de chuva causou prejuízos significativos na agricultura, o que impactará na arrecadação do município e na capitalização dos produtores rurais. A seca afetou principalmente a safra de grãos, especialmente o milho e a soja, mas está deixando prejuízos também na pecuária leiteira, atividade desenvolvida por várias famílias do município.

Até o momento, já decretaram emergência Araruna, Barbosa Ferraz, Boa Esperança, Corumbataí do Sul, Engenheiro Beltrão, Farol, Peabiru, Quinta do Sol, Roncador, Quarto Centenário, Moreira Sales, Janiópolis, Nova Cantu e Ubiratã.

Em Mamborê, um dos maiores municípios produtores de grãos da região, o prefeito Ricardo Radomski (PSD), informou que a prefeitura está levantando mais detalhadamente os prejuízos junto aos produtores rurais e também deverá adotar a medida devido às perdas.

Os prefeitos argumentam que o decreto facilita aos municípios atender emergencialmente, por exemplo, aviários, pecuaristas, entre outros, e auxilia os produtores rurais a estarem acionando o seguro rural, entre outras medidas de renegociação de dívidas junto às instituições financeiras.

“A Comcam, como grande parte do Paraná, é essencialmente agrícola e vem sofrendo muito com a falta de chuva. A situação é calamitosa”, avaliou o presidente da Comcam, Leandro Cesar Oliveira, prefeito de Araruna. Ele destacou que alguns municípios já estão com dificuldades, inclusive, em manter o abastecimento de água potável à população. “Nosso temor é que a seca comece a colapsar o abastecimento de água nas cidades”, preocupou-se.

Nesta semana, técnicos do governo começaram a percorrer regiões produtoras do Paraná para avaliar estragos decorrentes da estiagem que atinge o Estado. De acordo com informações da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), nos 25 municípios da região, a quebra na soja foi superior a 45% e, no milho, acima de 54%, causando um prejuízo de até R$ 6 bilhões.