Ferrugem Asiática deve aparecer mais tarde nesta safra de soja do Paraná
Na última safra de soja 2018/19, as condições climáticas durante o inverno do Paraná contribuíram para a chegada da Ferrugem Asiática mais cedo no estado. Os primeiros coletores a identificarem a presença dos esporos foram acionados já no dia 18 de outubro, uma situação bastante atípica, uma vez que a safra 2017/18, por exemplo, registrou o primeiro caso de 1 de dezembro.
Já para a safra 2019/20, o diretor técnico da Emater/PR, Nelson Harger, destaca que as geadas do inverno, os três meses de estiagem e a falta de condições para o Paraguai iniciar o plantio sedo, vão atuar para atrasar o aparecimento dos esporos no estado.
Segundo Harger, a expectativa é de que os primeiros casos sejam percebidos apenas entre o final de novembro e início de dezembro, quando as previsões apontam a manutenção de chuvas regulares, essenciais para a proliferação da doença. O especialista conta ainda que, para a safra passada a Emater, em conjunto com a Embrapa Soja, tinham 174 coletores de esporos espalhados pelo estado, e que neste novo ciclo o número irá saltar para 200 equipamentos.
Considerada atualmente o principal problema a ser combatido pelos sojicultores brasileiros, a ferrugem asiática já causou prejuízos que superam US$ 25 bilhões desde que chegou ao país, na safra 2001/2002. Ao longo dos últimos 17 anos, a doença – verificada inicialmente em Palmeira (PR) e em São Desidério (BA) – se alastrou por todas as regiões produtoras do Brasil, comprometendo a produtividade das lavouras e a rentabilidade do agricultor.
A ferrugem é provocada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, e inicialmente aparece na forma de pontuações mais escuras no tecido das folhas. Ao produzir os esporos na planta, o fungo vai tornando a folha amarelada, daí o nome ferrugem. No Brasil, ocorre o que os pesquisadores denominam de fechamento do triângulo da fitopatologia, ou seja, a existência de hospedeiro (a soja), patógeno (o fungo) e ambiente (o clima tropical), condições que, juntas, propiciam a disseminação da doença.
A doença pode ocorrer em qualquer estágio da planta e, quando relatada em nível epidêmico, pode afetar entre 10% e 90% da produção. Nas plantas infectadas, ocorre a desfolha precoce, o que compromete a formação e o enchimento das vagens.