Luiziana comemora 32 anos de emancipação nesta quarta-feira

Com pouco mais de 7 mil habitantes, Luiziana comemora nesta quarta-feira (25), 32 anos de emancipação político-administrativa. Por este motivo, hoje é feriado municipal. Na verdade, as repartições públicas do município não estão funcionando desde ontem, quando o prefeito da cidade, Mauro Slongo (PSD), decretou ponto facultativo. Uma missa de ação de graças hoje, às 19h30, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, vai marcar a passagem do aniversário da cidade.

Ao contrário do ano passado, este ano a prefeitura não terá programação festiva para comemorar a data, nem mesmo o seu prato típico, o Boi na Brasa. Segundo Slongo, o momento de crise econômica não permite ao município a realizar a festa. É a primeira vez em sua gestão, há 7 anos, que a data não conta com programação festiva.

Não vamos fazer porque o cenário econômico está bastante complicado. Não só a prefeitura sente isso, mas todo o comércio e empresários, falou Slongo. Festa faz se tiver patrocínio ou alguém que ajuda, o que não é o nosso caso. Por isso decidimos no bom senso não realizar programação, frisou.

Para não deixar o aniversário do município passar em branco a prefeitura ofereceu ontem dois shows na Praça da Juventude de Luiziana com a Banda Fonte Luminosa e a dupla Willian e Gustavo. Também teve a distribuição de bolo de aniversário para a população. Já para esta quarta-feira será realizada uma missa de ação de graças às 19h30 na Paróquia Nossa Senhora Aparecida. Sabemos que a população e o município merecia uma grande festa, mas não poderíamos comprometer as nossas obrigações, acrescentou Slongo, em recente entrevista à TRIBUNA.

LUIZIANA

De acordo com registros históricos, Luiziana foi elevada à categoria de município no dia 25 de setembro de 1987. O decreto foi assinado pelo então Governador do Paraná Álvaro Dias. Em meados do século XX, formou-se por iniciativa governamental, um loteamento agrícola com variações de 10 a 300 alqueires em uma Gleba.

Conta a história, que por volta de 1912, algumas famílias vindas do sul do Paraná e do estado do Rio Grande do Sul, instalaram-se na localidade formando o povoamento, a maioria era posseiros. No início os moradores enfrentaram grandes dificuldades, principalmente por falta de estradas.

Em 1952, com a chegada de outras famílias e a necessidade de adequação face ao crescimento do povoado foi feita a divisão dos lotes agrícolas, o loteamento elaborado pela prefeitura de Campo Mourão, com os posseiros aos poucos eliminados, iniciando um traçado urbano. Em 21 de setembro de 1965 Luiziana tornou se distrito de Campo Mourão.

O município tem como fundador Adaucto da Silva Rocha, que deu o nome à cidade em homenagem a Luiza e Maria Luiza, respectivamente sua mãe e filha.?Luiziana possui setes núcleos comunitários denominados: Valinhos, Campina do Amoral, Klabin, Ponte Branca, Cava Funda, Bairro dos Inácios e Serra Molhada.

Com uma área territorial de 36 mil alqueires, representando 906 km², o município de Luiziana é a cidade da Comcam com maior extensão territorial. A cidade possui também o maior número de RPPN’s (Reserva Particulares do Patrimônio Natural), totalizando dezesseis. Estas reservas constituem-se em áreas particulares e são numeradas por um programa do Governo do Estado do Paraná que visa à manutenção de florestas originais em todo o Paraná.

O município mantém em conjunto com Campo Mourão o Parque Estadual Lago Azul, que tem como afluentes na sua grande maioria rios que provém de Luiziana, além da expansão das águas que represaram na Usina dentro do seu território. Ainda conta com uma porção relativamente grande nas terras que fazem parte da área de preservação do parque.

 

Histórias de fé também fazem
parte do município; veja relatos

Histórias de fé também marcam o município de Luiziana. Após a cura de um câncer, uma família da cidade construiu uma Gruta de Santa Paulina. Segundo relatos, a cura de um câncer em Leonor Tasca, matriarca da família, foi o que motivou a construção do espaço, que se tornou ponto turístico da cidade.

A iniciativa partiu do filho Nilton Tasca, após pedir a intercessão de Santa Paulina pela cura da doença. O câncer no pâncreas de dona Leonor foi diagnosticado em 2004. Após vários exames e consultas em Campo Mourão e Curitiba, os médicos decidiram por uma cirurgia. A família começou a juntar dinheiro para as despesas, quando Nilton decidiu apelar para a fé. A família atribui a cura de Leonor à Santa Madre Paulina.

Desde então, a devoção à Santa só aumentou na família Tasca e em forma de agradecimento Nilton construiu na varanda de sua casa uma gruta em honra a primeira santa brasileira. O local é muito visitado por devotos de Campo Mourão e região. Toda última segunda-feira de cada mês é realizada na gruta uma celebração especial à Santa Paulina. O encontro, que começou em família hoje já atrai várias pessoas.

Os fiéis fazem suas orações no local e depositam pedidos por escrito, os quais são enviados posteriormente pelo padre diretamente ao Santuário de Madre Paulina, em Nova Trento. A gruta de Santa Paulina em Luiziana, está localizada na Rua João Costin, 48.

Sant'Ana

Outra Santa que ganhou destaque em Luiziana é Sant'Ana. Existe inclusive no município, na comunidade de Campina do Amoral, a Água da Fonte Santa Ana. Visitada por pessoas de todo o Brasil, o local se tornou um ponto turístico religioso do município.

Segundo relatos de Olga Costin, filha de Leonor Walter Costin pioneira da Comunidade de Campina do Amoral, há muitos anos, durante a Guerra do Paraguai, soldados acampavam na localidade onde hoje fica o distrito de Campina do Amoral. Diz a história que alguns homens doentes e machucados presenciaram a aparição de um profeta com o nome de São João Maria, que abençoou um olho d’agua e que da fonte, muitos foram curados.

Conta-se também que o profeta São João Maria permaneceu no local por muitos dias com os soldados e usava a água como remédio. Com isso várias pessoas passaram a fazer promessas para receber a cura. A primeira aparição do profeta teria sido registrada em 1954. Um casal sempre fazia oração no local, quando em um determinado dia viu uma coroa de flores e a água ficou na cor de sangue. Outras pessoas também teriam presenciado alguns sinais, como a imagem de uma santa.

Na época os pais de Paulina Kaiser, proprietária do local, sonharam que a santa que apareceu na fonte era Santa Ana. Então, Paulina e seu esposo foram até Aparecida do Norte e trouxeram a imagem da Santa e colocaram no local. Através da fonte de Santa Ana, outro milagre teria acontecido. Luiza Ferri Alessi sobreviveu a um grave acidente, após sua mãe prometer a Santa Ana que se a filha sobrevivesse, ela faria uma gruta no local, tendo a graça alcançada.

Anos após anos, várias outras graças atribuídas à Santa foram registradas na comunidade, como curas de dores de cabeça, coluna, hemorragia, crianças sendo curadas de doenças, entre outras. Com o passar dos anos, testemunhas de milagres e pessoas que tiveram a graça alcançada passaram a deixar fotografias, roupas, muletas e objetos pessoais na gruta como prova de que foram curadas. Com frequência crianças são batizadas no local sob as águas de Santa Ana.