Mamborê: população vaia Câmara após projeto barrado

A sessão ordinária da Câmara de Mamborê, nessa segunda-feira (20), que tinha tudo para ter um final feliz terminou em decepção a moradores e ao prefeito da cidade, Ricardo Radomski (PSD). A reunião teve até vaias da população aos vereadores. É que os parlamentares reprovaram por 5 votos a 3 um projeto de lei da prefeitura que previa o empréstimo de R$ 3 milhões via Refis, programa da Caixa Econômica Federal, para realização de diversas obras na sede da cidade e distritos.

Votaram pela reprovação os vereadores Fabio da Silva Ferreira; Hildebrando Ribeiro Oliveira; Jairo Silveira de Arruda; José Aparecido Januário; e pastor Everson Clei Tiburcio. A favor, José Corchak; Juvelino da Costa Guerra; e Osvaldo Sibardeli. O presidente da Câmara, Mauricio Jotta Massano, não votou, já que seu voto seria necessário apenas em caso de empate, o que não aconteceu. A maioria dos vereadores reprovou o empréstimo alegando falta de projetos, juros altos e falta de condições financeiras do município.

A decisão dos parlamentares irritou Radomski, que alegou que a reprovação teve motivação política. Nunca aconteceu isso na história de Mamborê, de a Câmara reprovar um projeto que beneficiaria diretamente a população. E pior, até um vereador que é da base e foi meu secretário votou contra. Me traiu. E ainda diz que é pastor de igreja, mas é contra seu povo, desabafou o prefeito.

A sessão que terminou com a reprovação do projeto foi acompanhada por moradores que lotaram o plenário da Câmara. A população vaiou os vereadores por não autorizarem o município a fazer o empréstimo. A população cobra melhorias, e para isso temos que ter recursos, mas recursos a fundo perdido não existem mais. Já dinheiro que arrecadamos dos impostos dá para manter a máquina administrativa. Para investir na infraestrutura mesmo seria só fazendo financiamento ou empréstimos e surgiu esta oportunidade para nós, disse o prefeito.

Segundo o gestor, entre as obras, os recursos seriam aplicados na revitalização da praça matriz, revitalização do calçadão da Avenida Paulino Ferreira Messias, com construção de novo calçamento, jardinagem e modernização da iluminação pública com lâmpadas de led, recape asfáltico da avenida principal da comunidade Guarani, e nas comunidades onde há pedras irregulares, estes trechos receberiam capa asfáltica. Estávamos fazendo reuniões com a comunidade há mais de um ano discutindo estas melhorias, comentou o prefeito. Quem vai perder com isso é a cidade e a população, não o prefeito, desabafou Radomski.

Segundo ele, o dinheiro seria emprestado da Caixa Econômica para pagamento em 10 anos com dois anos de carência. De acordo como gestor, vários outros municípios da região estão utilizando a modalidade para investimentos. Fiquei muito aborrecido com essa decisão política da Câmara, ressaltou o gestor. E não foi falta de conversar com os vereadores, já tínhamos conversado com todos sobre a importância destas obras, mas o interesse político falou mais alto, criticou.

A decisão dos vereadores surpreendeu até mesmo o presidente da Câmara de Vereadores, Mauricio Jotta Massano (PMDB), que se disse surpreso com o resultado da votação. Apesar de eu não ter votado já tinha me manifestado favorável ao projeto já que beneficiaria grande parte da população, falou ele em entrevista a TRIBUNA. O presidente comentou que inclusive questionou alguns vereadores sobre a decisão contrária. Eu fiquei surpreso e sem entender o que aconteceu. Muito triste, resumiu.