Prefeito de Peabiru recebe diagnóstico de potencialidade da Unespar
O prefeito de Peabiru, Júlio César Frare (PR) recebeu da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) de Campo Mourão, os documentos com o resultado do diagnóstico de potencialidade realizado pela universidade no município.
O resultado, de meses de trabalho de diversos professores da instituição e de apontamentos da comunidade de Peabiru nos fóruns realizados, foi entregue recentemente a Frare e à vice-prefeita, Maria Jose Nascimento pelo diretor da Unespar, João Marcos Avellar.
Os professores da universidade, Fabio Guerra e Adalberto Diaz, que coordenaram os trabalhos, apontaram que Peabiru tem uma ‘janela’ de oportunidades, pois conta com uma população de 15 a 25 anos em grande número, com sua população também vivendo mais.
Como problemas, a questão da falta de empregos que leva os jovens a irem embora, questões de saúde e saneamento, entre outros, foram as principais situações detectadas. “No entanto, como ‘cereja’ do bolo, o estudo apontou que os Caminhos e Peabiru hoje é riqueza única da cidade, pois só ela tem este nome e a história. Ainda de acordo como levantamento, o turismo, artesanato, incremento em hotelaria e gastronomia seria um uma das potencialidades para o desenvolvimento da cidade, caminho este que já está sendo trilhado”, comentou o diretor de Cultura de Peabiru, Arléto Rocha.
Ele informou que a partir de fevereiro iniciam as ações práticas do trabalho. Arléto acrescentou que o documento com o diagnóstico ficará disponível no site da prefeitura da cidade, bem como as suas versões digitalizadas serão encaminhadas às escolas, instituições e pessoas da comunidade que tiverem interesse.
O projeto
Realizar o mapeamento das potencialidades e fragilidades de desenvolvimento de 14 municípios da Comcam é um dos focos do programa de extensão interdisciplinar “Diagnóstico de Potencialidade Local”, da Unespar, campus de Campo Mourão. Ainda em fase inicial, o programa teve como projeto piloto a cidade de Peabiru, cujo diagnóstico, elaborado desde o final de 2018 e durante 2019, foi entregue à prefeitura.
Conforme explica o professor Fábio Rodrigues da Costa, coordenador do programa, a equipe multidisciplinar envolve cinco estudantes dos cursos de Engenharia, Turismo e Meio Ambiente, Geografia, Administração e Economia, e cinco estudantes de mestrado e especialização. Juntos, sob a coordenação de professores de diferentes áreas, eles realizam um estudo aprofundado sobre o município escolhido – todos da microrregião de Campo Mourão – montando uma base de dados que inclui indicadores econômicos, sociais, demográficos, educacionais e características da paisagem natural.
O objetivo, segundo o professor, é que, na segunda fase do programa, a partir deste estudo possam ser criados e implementados projetos de extensão em parceria com a prefeitura, para atuar no desenvolvimento das características positivas e negativas encontradas pelo diagnóstico. Peabiru, cidade vizinha de Campo Mourão, foi o primeiro município a participar do programa. Para a realização de seu diagnóstico, além dos estudos, foi realizado um Fórum de Desenvolvimento Local, no qual a sociedade civil e lideranças locais puderam participar e contribuir com suas ideias e conhecimentos práticos sobre os desafios da cidade.
“Esse diagnóstico não tem custo nenhum para o município, o objetivo é realmente aproximar a universidade à população da região, que necessita desse conhecimento que a universidade produz para atender às suas necessidades”, salienta. O próximo município a participar do programa será Corumbataí do Sul, cujos estudos devem começar a partir de fevereiro de 2020. Na cidade de Luiziana o diálogo também já foi iniciado.
O diagnóstico
Dentre os pontos positivos levantados pelo estudo, Costa destaca a potencialidade turística envolvendo as trilhas do “Caminhos de Peabiru”, a geografia favorável ao desenvolvimento da agricultura familiar, e o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) elevado. Já entre as fragilidades foram apontados a necessidade da elaboração de um plano de desenvolvimento local de médio e longo prazo, a carência de ações de educação ambiental, a baixa abrangência de especialidades no atendimento básico de saúde e a esvaziamento da faixa etária entre 18 a 25 anos.
“Por falta de oportunidade no mercado de trabalho, esses jovens acabam migrando para outros centros”, justifica o coordenador, demarcando a urgência de geração de emprego e renda no município. Em convênio com a prefeitura, esses pontos serão trabalhados na segunda etapa do programa, em 2020, por projetos de extensão que atuarão, principalmente, nas áreas de turismo, educação ambiental, gestão e economia.