Produtores rurais dão largada à colheita do milho na Comcam

Os produtores rurais deram largada aos trabalhos da colheita da segunda safra de milho 2024/25 na região de Campo Mourão. A área com milho na Comcam é projetada em 450 mil hectares. A estimativa inicial de produção era de aproximadamente 2,4 milhões de toneladas. Porém, devido à falta de chuvas durante o desenvolvimento da cultura, a produção deverá ser impactada.

De acordo com o boletim semanal divulgado pelo escritório regional do Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral), vinculado à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), núcleo de Campo Mourão, até a terça-feira (20) a colheita havia atingido 2% da área semeada, o equivalente a cerca de 9 mil hectares.

Das lavouras em campo, conforme o agente técnico do Deral, Paulo Borges, 15% estão em condições ruins devido à falta de chuvas; 20% (médias); e 65% em bom estado. “As chuvas foram bastante localizadas e muito irregulares, gerando danos em áreas em diversas regiões de Campo Mourão”, explicou Borges. O técnico disse que o Deral terá números mais precisos de quebra somente conforme avançam os trabalhos de colheita.

Ainda conforme o boletim do Deral, na região de Campo Mourão, 9% das lavouras de milho encontram-se ainda no estágio de floração, 46% em frutificação e 45% no estágio de maturação. “A tendência é que a colheita se intensifique nas próximas semanas, pois uma grande parte das áreas está chegando no ponto de colheita agora”, frisou.

A preocupação dos produtores, conforme Borges, é com a queda das temperaturas, prevista para os próximos dias, o que pode ocasionar geadas. Por enquanto, para a região da Comcam, não há previsão de ocorrência do fenômeno, segundo o Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná), mas mesmo assim, os produtores seguem em alerta e apreensivos, frisou o agente técnico.

Em relação ao preço do grão, a saca de 60 quilos vem sendo comercializada em média a R$ 53,00 e R$ 54,00 na região de Campo Mourão. Comparado ao mesmo período de 2024, a saca do cereal está R$ 3,00 mais valorizada. Em maio daquele ano, conforme registros do Deral, a saca era vendida em média entre R$ 50,00 e R$ 50,84. A preocupação é que, com o avanço da colheita e o aumento da oferta do produto, o preço possa sofrer queda. Mais uma preocupação ao produtor.

A nível de Paraná, conforme o boletim conjuntural divulgado nesta quinta-feira (22) pela Divisão de Conjuntura Agropecuária do Deral, até a terça-feira, já tinham sido colhidos pouco mais de 16 mil hectares de milho segunda safra dos 2,71 milhões que foram plantados no Estado.

O analista Edmar Wardensk Gervasio observou no documento que, historicamente, a colheita ganha ritmo mais intenso a partir da segunda quinzena de junho e tem seu auge no mês de julho. “A expectativa é que tenhamos uma boa safra, apesar dos problemas com o clima que vão impactar a produção final”, previu.