Projeto de Peabiru garante prêmio máximo e marca segundo pódio do município no Agrinho
A professora Jaqueline Costa da Silva Soares, do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Santa Paula, em Peabiru, foi uma das vencedoras do Programa Agrinho 2025, organizado pelo Sistema Faep, que este ano está completando 30 anos de história.
A cerimônia de premiação aconteceu no início da tarde desta segunda-feira (20), em Curitiba. O projeto conduzido por ela conquistou o terceiro lugar na categoria Experiência Pedagógica, levando o prêmio máximo do concurso: um carro zero quilômetro. Essa foi a segunda vez que o município conquistou o prêmio.
Nesta edição, Jaqueline venceu com o trabalho intitulado “Energia Sustentável – Atitude Consciente para um Mundo Diferente!”, desenvolvido em sua turma do nível Infantil 5, formada por 14 alunos, com apoio da professora auxiliar Tacyani dos Santos. A proposta teve como objetivo utilizar a robótica na educação infantil como ferramenta de aprendizagem e criatividade.
A docente participa do Agrinho há três anos e já havia ido para a final outra vez. Agora, garantiu um lugar no pódio. “Estar aqui é a realização de um sonho”, expressou a educadora, sem acreditar no resultado. “Nunca pensei estar entre as premiadas”, acrescentou, ao dizer que o concurso representa o reconhecimento do esforço dos educadores no dia a dia da educação.
O presidente Sindicato Rural de Campo Mourão, Cezar Augusto Massaretto Bronzel, presente na cerimônia na capital do estado, celebrou a conquista e parabenizou a docente do município que faz parte da extensão de base do sindicato. “A ela os nossos parabéns”, comemorou.

Peabiru acumula histórico de conquistas com o programa estadual há anos, sempre com diversas classificações para a fase final, concorrendo com milhares de docentes da rede pública e privada de todo o Paraná. Em 2022, a professora Thalita Fernanda Machry – também finalista em 2025, pela quarta vez – já conquistou o prêmio máximo, ficando em primeiro lugar na sua categoria e recebendo um carro zero quilômetro.
Além das duas docentes, neste ano, o município também foi representado por mais uma finalista: Glayze Mayara Dorce. Os projetos coordenados pelas educadoras nesta edição apresentaram propostas que envolveram crianças da educação infantil em ações de conscientização ambiental, sustentabilidade e valorização da identidade regional, contemplando o tema: “Festejando a conexão campo cidade”. Elas concorreram com projetos de professores do todo o Paraná.
O trabalho vencedor na categoria Experiência Pedagógica ficou para União da Vitória, com o projeto desenvolvido pela professora Angrenni Simone da Silveira Assunção, da Escola Municipal do Campo Professor Waldomiro Antonio de Souza – “Raízes e horizontes: conectando saberes do campo à cidade”.
Já o segundo lugar foi conquistado pela professora Taiza Colere Tanajura Klembá, do Colégio Estadual Prefeito João Maria de Barros, em Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC) – “Festas, comida e família: paiol cheio é uma alegria”.

Projeto “Energia Sustentável”
Devido à relevância do trabalho desenvolvido pela professora Jaqueline, recentemente, a Tribuna divulgou as atividades realizadas. Como parte do trabalho, as crianças visitaram o Laboratório de Ensino de Matemática (LEM) da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), campus de Campo Mourão. Durante a visita, os estudantes participaram de uma aula de robótica e programação.
Os estudantes e as docentes foram atendidos pelo coordenador do laboratório, professor doutor Wellington Hermann, assim como graduandos do curso de Matemática que atuam no espaço. No local, eles tiveram acesso a jogos e materiais pedagógicos, muitos deles produzidos por meio de impressão 3D.
Na aula, foi feita uma demonstração de um robô ativado por controle remoto. “As crianças ficaram encantadas e, uma a uma, puderam usar o controle, movimentando o robô por todo o espaço, algumas até apelidaram de ‘Robô Aranha’”, disse a professora Jaqueline.
Em seguida, as crianças participaram de uma atividade de programação, montando um semáforo com conectores e pequenos LEDs, que acendem alternadamente por meio de um controle. Para encerrar, os alunos brincaram com um circuito elétrico e participaram de uma “Corrida de LED”.
Segundo as docentes, uma das intenções da experiência foi demonstrar que as novas tecnologias podem ser exploradas desde cedo no processo de ensino-aprendizagem. Jaqueline explicou que a relação da intervenção extraclasse com o projeto se deu por meio do ensino da energia elétrica considerando suas dimensões ambiental, econômica, social e cultural.
“O uso da energia no futuro está diretamente ligado ao avanço da tecnologia e à busca por soluções mais sustentáveis e eficientes”, disse a professora, ao acrescentar a importância de, nos próximos anos, a geração e o consumo de energia serem cada vez mais limpos, inteligentes e integrados a inovações.
Para ela, a oportunidade oferecida pela Unespar foi relevante para os alunos na medida em que reforçou, com demonstrações práticas, o uso de recursos tecnológicos na educação infantil, integrando o digital ao cotidiano das crianças e fortalecendo o processo de ensino-aprendizagem.
Motivação do tema
Jaqueline comentou que a escolha do tema abordado no projeto foi motivada por uma visita com a turma em um parquinho público em Peabiru. Na ocasião, algumas crianças se aproximaram de um painel com diversos interruptores que estavam sem proteção, o que gerou curiosidade.
Diante do interesse despertado nos alunos, as professoras resolveram explorar o tema e ampliá-lo em um projeto. Para isso, foram desenvolvidas ações educativas para estimular experiências interativas com o mundo da energia, tanto no campo quanto na cidade.
“Ensinar desde cedo sobre as diferentes formas de energia renovável, como solar, eólica e hidrelétrica, é essencial para que as crianças compreendam, de forma lúdica e significativa, como a natureza pode nos oferecer recursos que influenciam no desenvolvimento da sociedade”, falou a professora.
Além da visita técnica, a turma também desenvolveu atividades como pesquisas, experimentos, passeios, jogos, brincadeiras e outras, visando também trabalhar as 17 metas definidas nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).

