Região começa aquecer “engrenagens” da economia

Não faz muito tempo, Paulo Guedes, Ministro da Fazenda, disse com todas as letras que o Brasil surpreenderia o mundo. Se referiu a retomada da economia no pós pandemia. Embora ninguém ainda saiba quando será o final do período viral, cidades como Araruna, já sentem o retomar das engrenagens industriais. Hoje, segundo fontes ouvidas, falta gente para preencher as vagas oferecidas no município. 

Diretor Industrial da A.J. Rorato, Tiago Rorato, explica que hoje, a expectativa de mercado está até acima da capacidade instalada da empresa. “Isso ainda mesmo com o aumento da produção”, disse. De acordo com ele, a unidade demitiu apenas no primeiro mês de pandemia, março. Mas agora, depois de recontratar, sete vagas continuam em aberto. Ao todo, a indústria gera 930 empregos diretos. Trata-se de uma fábrica de móveis criada em 1969. Atualmente, a empresa é uma das mais importantes da região de Campo Mourão.   

“Estamos sentindo dificuldade para preencher todas as vagas. Nos últimos dois meses foram 300 contratações”, disse. Ele explica que um dos motivos é o filtro adotado pela empresa, principalmente, em virtude da pandemia. Como faixa etária e grupo de risco. Tiago ressalta que ainda não pode afirmar que o período atual seja a retomada que Guedes colocou. Ele acredita que o aumento nas vendas venha sendo motivado pelo auxílio emergencial do governo. “Creio que o Ministro tenha se referido a uma recuperação mais consolidada. Não com base apenas nesse auxílio. E sim com reformas políticas e privatizações”, ressaltou.

Presidente da Associação Comercial e Industrial de Araruna, Paulo Toaldo, confirma o bom momento em que comércio e indústria vivem na cidade. “Existe um super aquecimento. Mais até que em anos anteriores. Principalmente, na construção civil e movelaria”, diz. E, com vendas maiores, a consequência é uma só: geração de empregos. 

Paulo lembra que o município sempre foi um pólo empregador. Lá existem muitas indústrias. Mesmo assim, é cauteloso. Para ele, o momento pode estar relacionado ao auxílio emergencial. “Tomara que não seja. Sabemos que um super aquecimento não dura para sempre. Mas torcemos para que a economia continue reagindo até o final do ano”, diz. 

Campo Mourão

Pelo segundo mês consecutivo, Campo Mourão registrou saldo positivo de empregos, mesmo em plena pandemia de coronavírus (Covid-19), que tem sido responsável por demissões em vários segmentos e fechamento de empresas. Após junho encerrar com 44 novos trabalhadores no mercado, em de julho o número foi mais de três vezes maior: saldo positivo de 156 novas vagas criadas.  

Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, divulgados esta semana. Em Campo Mourão, foram 653 admissões contra 497 demissões em julho, resultando em um saldo de 156 novos trabalhadores no mercado. No mês de junho a cidade teve um saldo de 587 admissões contra 543 desligamentos. Os números por setor de serviços estão sendo divulgados pelo Ministério da Economia apenas a nível nacional e estadual. No município, a taxa de emprego teve variação de 0,67% no período.