Risco de racionamento de água preocupa prefeito de Peabiru

A crise hídrica vivida no Paraná pelo longo período de estiagem tem preocupado os gestores públicos. Em Peabiru, único município da região cuja gestão do abastecimento não é da Sanepar, o prefeito Julio Frare admite que se não chover muito até o fim do ano e a população não colaborar, poderá haver racionamento.

“Além da estiagem tivemos problemas com duas adutoras que obrigou a interrupção do abastecimento para serviços de manutenção. Do ano passado para cá perfuramos três novos poços e nenhum deu vazão suficiente para abastecimento e por isso não podem ser usados”, relatou o prefeito. A redução da vazão de água dos poços que abastecem a cidade também fez queimar um motor.

Para piorar, segundo o prefeito, o consumo diário já passa de 4 milhões de litros, o que nunca ocorreu no município. “A gente vê muitas pessoas lavando calçadas, veículos e até a rua com água potável. E sabemos que com a elevação das temperaturas nos próximos meses o consumo aumenta ainda mais. Se não quisermos ter problemas sérios temos que economizar”, conclama.

A prefeitura tem usado as redes sociais para alertar a população sobre a escassez de água. Segundo o prefeito, está em estudos a perfuração de outros dois poços para tentar aumentar a capacidade de abastecimento. “Mas estamos preocupados de perder esses poços também caso não atinjam a vazão de água suficiente”, pondera.

REGIÃO – Em Goioerê, que no ano passado necessitou de rodízio no abastecimento, o volume de água disponível para captação e tratamento também é considerado crítico pela Sanepar. No distrito de Jaracatiá, o poço reativado está com 70 por cento a menos de vazão.

“Mesmo com as medidas emergenciais e operacionais adotadas, o sistema corre risco de desabastecimento”, alerta a gerente regional da Sanepar, Araceli Stela. As unidades produtoras de água já perderam em média mais de 30 por cento da.

No distrito de Bredápolis a mina que fornece água para os moradores perdeu mais de 40 por cento do volume. “A Sanepar tem transportado 24 mil litros de água diariamente em caminhão pipa para garantir o abastecimento da população do distrito”, informa Araceli.

Apesar de Campo Mourão e outras cidades não terem sido afetadas ainda pelo problema, a gerente lembra que o uso racional da água deve ser uma prática cotidiana. “É preciso economizar água, priorizando o uso na alimentação e higiene pessoal”, afirma.