Safra de soja terá crescimento de mais de 26% na região, estima Deral

Com o fim do vazio sanitário no próximo dia 10 deste mês, os produtores rurais planejam o plantio da soja safra 2019/20 na região. De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), núcleo de Campo Mourão, a produção de soja neste ano terá um crescimento de 26,3% ante 2018 na Comcam.

De acordo com os dados, a região deverá colher neste ano 2,4 milhões de toneladas da oleaginosa contra 1,9 milhão no ano passado. A área com a cultura também teve um leve aumento neste ano: 683,5 mil hectares contra 680 mil hectares em 2018, o equivalente a 0,5%.

Este ano a tendência é de queda na área de milho de verão, o que vai impulsionar a área com soja, explicou o engenheiro agrônomo do Deral, Edilson Souza e Silva. Segundo o Deral, a área com milho não deverá chegar a 7 mil hectares na safra 2019/20 na região. Silva explicou que apenas alguns produtores cultivam o milho de verão para a rotação de cultura.

Em relação à área com soja, o agrônomo falou que os números podem mudar com o início do plantio, tanto diminuindo como aumentando. Vai depender de como a soja vai se portar no mercado, observou, ao comentar que se os preços se manterem como estão atualmente, a tendência é de crescimento na área.

Conforme Silva, as chuvas que já atingiram a região e a previsão de mais precipitações para os próximos dias que deverão somar um acumulado de mais de 40 milímetros deverão normalizar o déficit hídrico, impulsionando os trabalhos de plantio após o término do vazio sanitário. Segundo ele, as previsões climáticas em médio prazo são boas para a cultura.

Temos observado que o Paraná vem enfrentando um longo período de estiagem e depois um período longo de chuvas, e isso tem alternado nos últimos anos. Se manter esta tendência, acabou o período de estiagem e começa agora o período de água que se estender de setembro a janeiro salva toda a cultura, frisou.

Preço

A saca de 60 quilos de soja está sendo comercializada em média a R$ 75,00 a R$ 76,00 na região. Contudo, Silva observa que o preço não está tão atrativo uma vez que o custo de produção tem aumentado muito ano após ano ao produtor. O preço de mercado não tem acompanhado a evolução dos custos e isso diminui cada vez mais a margem de lucro. Para compensar, o produtor tem que ter uma alta produtividade para que a lavoura ainda seja rentável, disse. A orientação, conforme o agrônomo, é que o produtor invista na aplicação de tecnologias na lavoura para uma boa produtividade. Se ele não conseguir uma boa produção está sujeito a sair no prejuízo, orientou.

Produção no Paraná

O Paraná, tradicionalmente o segundo produtor de soja do Brasil após o Mato Grosso, deverá elevar a produção da oleaginosa em 22% na safra 2019/20, cujo plantio está próximo de começar, segundo o Deral. A produção estimada é de 19,772 milhões de toneladas, ante 16,2 milhões na temporada anterior, quando as lavouras foram afetadas pelo tempo seco e o Estado perdeu a segunda posição no ranking de produtores para o Rio Grande do Sul.

O aumento expressivo da produção, segundo o órgão do governo do Estado, ocorreria pela recuperação das produtividades, dependendo das condições climáticas, já que a área plantada com soja vai crescer apenas 1%, para 5,473 milhões de hectares. Já o plantio de milho verão cairá 6% ante a safra anterior, para 335,8 mil hectares, perdendo espaço para a soja. Com o recuo na área, a produção de milho verão do Paraná foi projetada em 3,1 milhões de toneladas, queda de 1%.

Plantio da soja será liberado no Paraná no próximo dia 11

Encerra no próximo dia 10 de setembro o vazio sanitário da soja no Paraná, que iniciou em 10 de junho. A estratégia de ficar 90 dias sem plantar é utilizada durante a entressafra para o manejo do fungo causador da ferrugem-asiática. No período, também se reduz a aplicação de fungicidas nas áreas de plantio.

A doença, presente em todas as regiões produtoras do Brasil, causa a desfolha precoce, que prejudica a formação e enchimento dos grãos reduzindo a produtividade. Com o fim do vazio sanitário, a semeadura da soja para safra de verão 2019/2020 poderá ser feita até o dia 31 de dezembro. Porém, Engenheiros Agrônomos adiantam que o plantio só poderá ocorrer a partir do dia 11 após chuva, porque o solo tem que estar úmido para receber as sementes do grão.

Para o secretário da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara, se o clima for favorável e, com o nível de preços atuais, o estado poderá superar 40 milhões de toneladas com a inclusão de safras de outono e inverno. Sobre a safra de grãos anterior (2018-2019), o inspetor do Crea-PR (Conselho de Engenharia e Agronomia do Paraná) da gestão 2018-2019, Engenheiro Agrônomo Paulo Milagres, que também é da Emater, diz que o balanço foi positivo.

De acordo com o Deral, a soja é responsável por 91% da área plantada no Paraná e 82% da produção total de grãos de verão. Dos 6 milhões de hectares previstos para a primeira safra, 5,5 milhões são para cultura. As estimativas contam com um cenário positivo, sem a seca, que em 2018 reduziu a cultura de soja em 3 milhões de toneladas. Atualmente, os produtores do Paraná estão no final da colheita do milho safrinha, que deve alcançar produção total de 13,7 milhões de toneladas.