Sericicultura vira alternativa de renda a agricultores familiares em Araruna

Agricultores familiares de Araruna estão encontrando uma nova opção de geração de fonte e renda na sericicultura. O município conta hoje com 29 famílias na atividade, cultivando cerca de 56,0 hectares de amoreiras (alimento do bicho da seda). 

Nesta semana, o coordenador estadual do programa Sericicultura, Oswaldo da Silva Pádua e o extensionista Clóvis José Rosa, da regional do IDR-Paraná em Campo Mourão, visitaram a propriedade do produtor Aguinaldo Frezze, que trabalha em uma área de 2 hectares de amora. 

Com a atividade, Frezze conseguiu uma receita anual de aproximadamente R$ 50 mil, com custo em torno de R$11 mil. O produtor conta que consegue tirar 10 ‘criadas’ no ano (10 produções de casulos). Na região, a média é de 8 ‘criadas’. “É uma ótima alternativa, estamos contentes com a atividade”, comentou o produtor. 

Visto como uma alternativa de renda ou diversificação da propriedade rural, a sericicultura tem atraído produtores no município, tendo como vantagens, a adequação da atividade para pequenas propriedades, podendo ainda, aliar a outras culturas e criações de subsistência ou comercial, promove a geração de empregos e proporciona a ocupação da mão de obra praticamente o ano todo. 

Segundo o extensionista do IDR-Paraná em Araruna, Darwin Caleff Ramos, a produção de bicho da seda vem atraindo mais produtores, principalmente pela rentabilidade que proporciona para pequena propriedade, onde a sericicultura deixou de ser apenas atividade complementar para se tornar a atividade principal. “Em muitos casos é a única”, falou.  

Expansão

O setor está em expansão e o Paraná conta atualmente com 4.060 hectares plantados com amoreiras e cerca de 2 mil produtores responsáveis por uma produção de 2,5 toneladas de casulos verdes. Atualmente, o quilo de casulo verde é vendido pelos produtores por US$ 5,06. Os maiores compradores são os países europeus e asiáticos. No ano passado as exportações renderam US$ 28,08 milhões ao Estado.

No Paraná, a atividade é impulsionada pelo clima favorável ao cultivo da amoreira, pela adoção de manejo correto por parte dos produtores, pela fertilidade do solo e pela aplicação de tecnologia. As folhas da planta servem como alimento para os bichos-da-seda.

Além da rentabilidade, a sericicultura é uma atividade sustentável ao meio ambiente, pois denuncia casos de derivas – desvio de agrotóxico para lavouras vizinhas, fora da área que se pretende atingir. “Se o produto é usado em excesso ou sem o cuidado necessário mata as larvas do bicho-da-seda. Trata-se de cultura limpa e que fixa a mão de obra no campo” explica Pádua.

Segundo ele, há propriedades em que a terceira geração assumiu a atividade. Pádua calcula que com dois a três hectares plantados com amoreira é possível obter renda de R$ 5 mil a R$ 6 mil durante 10 meses do ano.