Vândalos violam túmulo e deixam restos mortais de adolescente à mostra; família está indignada

Vândalos invadiram o Cemitério Municipal de Campina da Lagoa, distante 98 quilômetros de Campo Mourão, e violaram o túmulo de um adolescente sepultado no local deixando seus restos mortais à mostra. O crime deixou a família indignada com a situação. Não há vigias no local. A mãe, a atendente, Ana Paula da Silva Miranda, 36, procurou a delegacia de Polícia Civil e fez um boletim de ocorrência do ato criminoso. Ela também cobra providências do município para que mantenha guardas no ‘Campo Santo’.

O túmulo violado foi o de seu filho, Wilson Renan da Silva Ferreira, morto aos 12 anos. Ele foi sepultado em 2018. A causa da morte prematura: um erro médico, por uma enfermeira do município. A mãe relata que na época o menino foi ao Hospital Municipal da cidade para receber uma dose de vacina antitetânica. Segundo Ana Paula, a dose aplicada foi seis vezes maior que o recomendado. Em vez de receber 0,5 ml do medicamento, aplicaram no garoto 3 mls. O excesso do medicamento causou um choque anafilático, levando Wilson à morte. A família entrou com processo na Justiça contra o município. Tramita até os dias de hoje.

A mãe de Wilson está desolada. Não aceita o que fizeram no túmulo de seu filho. Pudera. Quatro anos depois de sepultado, teve de reviver toda a dor de sepultá-lo novamente. “Foi a pior coisa da minha vida. Ali só Deus me sustentou. Enterrei meu filho há quatro anos e tive que voltar lá e enterrar de novo”, lamentou Ana Paula, emocionada, à TRIBUNA. Ela entrou com outra ação contra o município. Agora por danos morais. “É responsabilidade do município cuidar do local”, justificou.

O túmulo foi violado no último dia 19 deste mês. Mas a TRIBUNA só teve conhecimento do caso no último sábado (22). Ana Paula estava no trabalho, quando recebeu a ligação de uma amiga que tinha ido ao cemitério para visitar túmulos de parentes. Na ocasião ela se deparou com a situação chocante. “Ela me ligou avisando. Saí do trabalho, peguei meu esposo no trabalho dele porque tinha medo de ir sozinha. Chegando lá infelizmente a situação se confirmou”, falou ela. Disse ainda que tinha medo de ir só ao local porque não sabia de sua reação.

Após constatar o fato, Ana Paula e o marido pediram ajuda ao coveiro do local para retirar os pedaços da tampa de concreto quebrada de cima dos restos mortais de Wilson. Uma nova tampa foi colocada e a sepultura lacrada. “Nunca esperei na minha vida que ia ter que sepultar meu filho duas vezes. É algo que não desejo para ninguém”, revoltou-se. Ela teme que o episódio volte a acontecer.

Após consertar o túmulo, Ana Paula saiu do cemitério direto à delegacia para registrar um boletim de ocorrência. “Fiquei indignada por saber que o cemitério não tem vigia, porque é responsabilidade da prefeitura cuidar”, cobra. Ela acredita que a presença de um segurança no local inibiria atos criminosos como o que aconteceu com Wilson. “É revoltante”, ressaltou.