11ª Regional de Saúde capacita profissionais para combate à dengue

Para intensificar o combate ao mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, a 11ª Regional de Saúde de Campo Mourão está promovendo nesta semana uma série de reuniões para capacitação dos agentes de endemias e técnicos de saúde dos 25 municípios da Comcam.

A necessidade de treinamento é constante, explica o chefe da 11ª Regional de Saúde de Campo Mourão, Eurivelton Wagner Siqueira, especialmente porque há uma grande rotatividade entre esses funcionários, especialmente municipais.

A capacitação tem foco especial no levantamento do índice de infestação – a existência de criadouros de mosquitos dentro de imóveis – e no correto preenchimento do sistema de informação SISPNCD. É com base nesses dados que é possível redirecionar ou iniciar novas ações de combate ao mosquito.

O programa de capacitação para atualizar os técnicos e agentes de endemias da região começou na segunda-feira (26), e prossegue até esta quinta-feira (29) com os profissionais fazendo uma atividade prática de campo. Segundo a chefe de seção da Vigilância Sanitária da 11ª Regional de Saúde de Campo Mourão, Alessandra Granado, a capacitação é de extrema importância aos profissionais que atuam no dia a dia na linha de frente no combate ao Aedes.

Considerando o aumento progressivo dos casos de dengue na regional, o que preocupa muito, buscamos intensificar esta capacitação para que os profissionais estejam preparados a lidar no dia a dia no enfrentamento do mosquito e que posam também estar conscientizando a população com orientações de prevenção, falou.

Alessandra comentou que mais de 70% dos focos do mosquito estão sendo encontrados nos quintais das residências, ou seja, segundo ela, parte da população não está se precavendo e fazendo a lição de casa. O combate à dengue é simples, basta cada um fazer sua parte. Se a população não se conscientizar que deve começar pela limpeza do seu quintal dificilmente vamos vencer, alertou.

De acordo com boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), a região da Comcam já tem quatro casos autóctones de dengue confirmados no novo período epidemiológico, que iniciou no dia 13 deste mês. São mais de 50 notificações. As cidades com casos são Boa Esperança (1); Juranda (1); Nova Cantu (1); e Quinta do Sol (1). Durante o período sazonal monitorado entre 29 de julho de 2018 até 30 de julho deste ano- foram confirmados na região 948 casos, sendo 932 autóctones e 16 importados.

O chefe da Seção de Apoio Logístico de Insumos e Equipamentos (SCALI) de Maringá, unidade que centraliza todo o suporte operacional para o combate à dengue e outras endemias no Paraná, Aparecido Donizete de Oliveira, proferiu uma palestra ontem aos agentes, sobre o enfrentamento ao mosquito. Embora a gente trabalhe totalmente com inseticida, acreditamos na prevenção, falou, ao comentar que os municípios da região foram orientados no sentido de uniformizar as ações contra o Aedes, buscando conscientizar a população do perigo.

A dengue preocupa em todo o estado, primeiro por causa do alto índice de infestação do mosquito e segundo, porque além da dengue, o Aedes aegypti pode também transmitir a febre chikungunya, zika vírus, e agora a tão temida febre amarela. É importante que estes agentes estejam sempre bem capacitados para lidar com o perigo. Se todos, inclusive a população se engajar neste enfrentamento, nós poderemos ter menos casos de dengue no verão, afirmou.

População

A 11ª Regional de Saúde reforça o importante papel que a população tem para minimizar a incidência da dengue na região. A proliferação do mosquito transmissor aumenta muito no verão e é necessário que as pessoas eliminem todo tipo de água parada como vasos de plantas, garrafas, lixo , bebedouros de animais, entre outros onde as larvas do mosquito se criam.

Os casos mais graves da doença costumam ocorrer em determinados grupos de risco, composto por idosos, gestantes, lactentes menores (29 dias a 6 meses de vida), dependentes químicos e pessoas com algum tipo de doença crônica pré-existente, como hipertensão arterial, diabetes mellitus, anemia falciforme, doença renal crônica, entre outras.

No entanto, a orientação é que todos busquem atendimento de saúde logo que apresentem os primeiros sintomas. O diagnóstico precoce e o tratamento em tempo oportuno reduzem significativamente as chances de agravamento do caso.

Os sintomas são febre acompanhada de dor de cabeça, dor articular, dor muscular e dor atrás dos olhos ou mal-estar geral. Esses sinais não podem ser desprezados. O verão, com temperaturas mais altas e o clima chuvoso, propicia o acúmulo de água e o desenvolvimento do mosquito Aedes aegypti. E quem viaja deve redobrar os cuidados para evitar o avanço da doença, tanto no seu imóvel, que ficará desabitado, como na casa eventualmente alugada para a temporada.

Entre os criadouros mais comuns estão vasos e pratos de plantas, garrafas pet, copos plásticos, sacolas, latas e outros materiais recicláveis. Também existem outros vilões que nem sempre estão à vista, como calhas entupidas, ocos de árvores, bromélias e bandejas externas de geladeira.