26 presos em quarentena estão no presídio ainda não inaugurado em Campo Mourão

Escolhido como uma das unidades para receber presos que necessitam ficar em isolamento por suspeita da Covid-19, o presídio construído pelo governo do Estado em Campo Mourão conta atualmente com 26 detentos. Vindo de várias cidades da região, eles ficam em isolamento até sair o resultado dos exames. 

Desde maio, quando começou a ser utilizado para essa finalidade, apenas dois detentos necessitaram de internamento hospitalar na Santa Casa. “Quase todos voltaram para suas cidades de origem após o período de quarentena sem necessidade de assistência hospitalar”, explicou o secretário municipal de Saúde, Sérgio Henrique dos Santos.

Ele informa que diariamente a Secretaria de Saúde monitora os presos com um profissional de enfermagem, que faz a aferição da saturação e sintomas. “Por questão de segurança criamos um fluxo diferenciado em caso de necessidade de internamento ou observação direto com o hospital”, explicou o secretário.

Em maio, o diretor do presídio, Arnobe Lemos dos Reis, do Departamento Penitenciário (DEPEN), explicou que o presídio em Campo Mourão foi selecionado pelo Estado por estar vazia e ter 54 vagas para isolamento individual. “Foi montado um ambulatório, com atendimento de técnico de enfermagem e o próprio DEPEN é responsável pela higienização do local e segurança dos presos”, informou.

Ele ressaltou que são recebidos apenas presos da regional do DEPEN e que a medida foi adotada justamente para evitar maior disseminação da doença nas cadeias da região. “Um preso contaminado dentro de uma cadeia com outros 100 vai contaminar a maioria e todos terão que ser atendidos na rede pública. Um presídio vazio onde eles podem cumprir a quarentena em celas individuais é a melhor medida que o Estado poderia adotar, até porque quem está doente com necessidade de internação nem vem pra cá”, justificou.

A construção da nova cadeia pública de Campo Mourão começou em 2014 e a primeira previsão, era que o local recebesse presos em 2015. No entanto, a obra atrasou e novas previsões foram feitas, mas nenhuma cumprida. Em meados do ano o coordenador regional do Depen-PR em Maringá, Luciano Brito, disse que a previsão de inauguração seria até o início de agosto, mas foi adiada novamente ao ser transformada em uma unidade sentinela para Covid-19.