50 anos – O dia que Campo Mourão foi cogitada para ser Capital do Paraná
Há exatos 50 anos, um requerimento do então deputado estadual Paulo Poli causou maior reboliço na Assembleia Legislativa e no Paraná. Poli queria que fosse criada uma comissão para transferir a capital do Estado para Campo Mourão. Esse é um dos assuntos do livro “1971: Conspiração, conflitos e corrupção: a queda de Haroldo Leon Peres”, de autoria do historiador Jair Elias e do jornalista Jean Luiz Féder, que será lançado em novembro desse ano.
Em 12 de agosto de 1971, começou a tramitar na Assembleia Legislativa um requerimento do deputado Paulo Poli (Arena), sugerindo a transferência da capital de Curitiba para Campo Mourão. Poli havia sido candidato a prefeito de Campo Mourão em 1959. Em 1962 foi eleito pela região de Campo Mourão, sendo reeleito em 1966 e 1970.
Nos dias que antecedeu a votação da proposição, o assunto causou muita discussão, gerando grande agitação nos meios políticos e na imprensa do Estado, que se ocupou durante dias do assunto.
A proposição foi votada em 17 de agosto de 1971. Durante os debates, o deputado Mauricio Fruet (MDB) considerou “absurda tal ideia” e votou contra. Vários deputados usaram da palavra, e cada um propondo que a capital fosse na cidade principal de suas bases eleitorais. Guarapuava, Cianorte e Londrina foram citadas. Se especulou, à época, que por traz da proposta estava o governador Haroldo Leon Peres.
O livro de 650 páginas aborda a queda de Haroldo Leon Peres, o governador nomeado pela ditadura militar, que após oito meses e oito dias no Palácio Iguaçu foi obrigado a renunciar, ou como se comenta, ainda hoje, tornar-se o único governador “cassado” pela Regime Militar. Segundo os autores, o trabalho contém documentos inéditos que esclarecem os motivos que levaram o então governador a deixar o cargo, num episódio pouco esclarecido e com várias versões.