Alarmante: Comcam tem 857 casos de dengue e chega a 241 confirmações de chikungunya

A dengue e chikungunya, transmitidas pelo Aedes aegypti, seguem avançando na região de Campo Mourão com o aumento de casos. Referente à dengue, a Comcam registrou 88 novas confirmações nesta semana, chegando a 857 registros em 23 dos 25 municípios. Em relação à chikungunya, já são 241 diagnósticos em 11 cidades de abrangência da Comcam.

O cenário preocupa as autoridades. O aumento de confirmações já reflete no fluxo maior de pacientes em unidades de saúde nos municípios em busca de atendimento médico. Os números foram divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa) em novo informe semanal da dengue. A Cocam tem 3.271 casos notificados da doença e ainda 1.677 casos prováveis.

O município de Goioerê, de acordo com os dados, tem o maior número de casos: 223. Sem seguida, Moreira Sales, 220; Altamira do Paraná, 126; enquanto Campo Mourão, 47 confirmações.

Os casos por município são: Altamira do Paraná (126), Araruna (45), Barbosa Ferraz (29), Boa Esperança (5), Campina da Lagoa (21), Campo Mourão (47), Engenheiro Beltrão (10), Farol (2), Fênix (2), Goioerê (223), Iretama (10), Janiópolis (7), Juranda (1), Mamborê (3), Moreira Sales (220), Nova Cantu (3), Peabiru (8), Quarto Centenário (67), Quinta do Sol (3), Rancho Alegre D’ Oeste (1), Roncador (4), Terra Boa (14), e Ubiratã (6).

Já as cidades com registros de chikungunya são: Araruna (1), Barbosa Ferraz (1), Campina da Lagoa (3), Campo Mourão (3), Engenheiro Beltrão (200), Goioerê (1), Janiópolis (1), Peabiru (2), Quinta do Sol (23), Terra Boa (1) e Ubiratã (5).

Nas duas últimas semanas, devido ao aumento de casos de chikungunya, o prefeito de Engenheiro Beltrão, Adalmir José Garbim Junior, decretou situação de emergência. O município está enfrentando uma epidemia da doença.

O documento, assinado por Garbim Junior, autoriza as ações como limpeza de terrenos e contratação de serviços emergenciais; a mobilização de todos os órgãos municipais para atuarem nas ações de resposta ao desastre e reabilitação do cenário; convocação de voluntários para reforçar as ações de combate ao Aedes aegypti, campanhas de arrecadação de recursos junto à comunidade, com o objetivo de facilitar as ações de assistência à população afetada pela doença, entre outras.

Da mesma forma, o prefeito de Goioerê, Pedro Antonio de Oliveira Coelho, decretou situação de emergência em saúde pública em razão da epidemia de dengue na cidade. A medida foi estabelecida pelo prazo de 180 dias (6 meses), para fins de enfrentamento à doença.

O decreto Nº 9.304/2025, publicado no Diário Oficial Eletrônico do município, cita que a cidade já tem 143 casos confirmados por sorologia e 131 confirmados por critério clínico e epidemiológico, totalizando 274 positivos, e 137 pacientes aguardando resultado de exames para confirmação do diagnóstico. Além da dengue, as ações também se aplicam no combate a outras arboviroses transmitidas pelo Aedes aegypti, como a chikungunya e o zika vírus.

O decreto autoriza a prefeitura à contratação temporária de pessoal, caso necessário, desde que devidamente justificada; autoriza a Secretaria Municipal de Saúde a requisitar pessoal e equipamentos dos diversos órgãos da prefeitura ou de proprietários e entidades privadas, no combate aos focos de proliferação do mosquito; o ingresso forçado em imóveis públicos e particulares, no caso de situação de abandono ou de ausência de pessoa que possa permitir o acesso de agente público, e dispensa a realização de licitação para a aquisição de bens e a contratação de obras e serviços necessários ao desenvolvimento das ações de combate e prevenção à epidemia.

“Desde o início do ano, temíamos que este momento pudesse chegar. Infelizmente, os casos de dengue vêm aumentando no município e, mesmo assim, percebemos que uma parte da população relaxou no combate à doença. Diariamente, nossos agentes têm encontrado focos do mosquito em residências”, disse Coelho.

Em Campo Mourão, apesar de os casos confirmados serem relativamente baixos, o cenário também é preocupante. O resultado do novo Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRA), divulgado nesta semana pela Saúde, aponta um aumento na taxa de infestação do mosquito transmissor da dengue, que passou de 3,6% em março para 4,7% neste mês de maio, o que deixa a cidade em alto risco de infestação de dengue.

Dos 1.853 imóveis vistoriados nas 46 localidades mapeadas, 127 apresentaram focos de Aedes aegypti, o que representa 6,85% do total. A pesquisa identificou 22 áreas com alto índice de infestação, 8 com índice médio e 16 com baixo índice. Entre as localidades com maior concentração de focos estão os jardins Albuquerque (16,67%), Indianópolis (15,22%) e Aeroporto (13,46%).

Os principais locais de infestação seguem sendo as residências (77,98%), seguidas por terrenos baldios (5,91%). A maior parte dos focos foi encontrada em lixo reciclável (43,50%), seguido de vasos, bebedouros e pratos de plantas (28,30%); e piscinas, tambores e caixa de gordura (14,01%). Esses dados reforçam a necessidade de eliminar os criadouros do mosquito, especialmente nos quintais das casas.

Paraná

No Paraná, foram registrados mais 3.302 casos de dengue e três óbitos, totalizando 196.155 notificações, 60.883 diagnósticos confirmados e 55 óbitos em decorrência da doença.

Ao todo, 397 municípios já apresentaram notificações da doença e 366 tiveram casos confirmados. Em relação à chikungunya, foram confirmados 3.321 casos e 7.280 notificações da doença e o primeiro óbito no Estado: uma mulher de 93 anos, sem comorbidades, residente em Cascavel. Referente ao vírus zika, até o momento foram registradas 67 notificações, sem nenhum caso confirmado.