Amigos se unem e roçam grama da Santa Casa de Campo Mourão

Um grupo de amigos deu exemplo de voluntarismo ao se unir para roçar toda a grama da Santa Casa de Campo Mourão. O hospital tem 13 mil metros quadrados e grama em todo ao seu entorno.  O trabalho foi feito no sábado, a partir do meio dia até o fim da tarde. Nem mesmo o sol escaldante da tarde afastou o ânimo dos envolvidos na ação. Após muita insistência, o grupo aceitou falar sobe a iniciativa à TRIBUNA, justificando que o objetivo da ação não era de se aparecer.   

 A ação foi idealizada pelo servidor público municipal Claudeir Coimbra dos Santos, 51 anos, que trabalha na prefeitura de Araruna, mas reside em Campo Mourão. Ele perdeu o pai há três meses e a mãe há cerca de uma semana, ambos na Santa Casa. Santos disse que sempre que ia visitar a mãe no hospital começou a observar pela janela do quarto a grama alta e então surgiu a ideia de unir o grupo para o trabalho. 

“Você vê muito todo mundo falando que o hospital passa por necessidade. Então em vez de ficar só ouvindo resolvemos agir. Reunimos os amigos, falamos da ideia, todos concordaram e hoje (sábado) estamos aqui”, falou.  Seis pessoas fizeram o serviço neste primeiro encontro, mas para o próximo mês, quando o grupo pretende voltar, a ideia é que mais de 20 estejam envolvidos. “Vamos levar este projeto em frente, sempre buscando trazer mais gente”, afirmou. 

Todas as máquinas utilizadas no trabalho são dos próprios voluntários, que arcaram também com a gasolina das mesmas.  “Todo mundo pode ajudar de alguma forma, não precisa ser só corte de grama, pode ser pedreiro fazendo alguma coisa, um podador de árvore, enfim, tudo que vier de bom coração acredito que será bem vindo ao hospital”, disse Santos, ao observar que foi escolhido o sábado para a ação porque durante a semana todos os envolvidos trabalham. 

O marceneiro José Carlos Cheffer, 52, que participou da ação, comentou que se sentiu realizado doando parte de si para os trabalhos.  “O Claudeir disse que precisava de uma mão e não pensamos duas vezes. Se todo mundo se doar só um pouco, não precisa ser muita coisa não, vir aqui uma hora, duas horas de trabalho, já serve para ajudar bastante a Santa Casa”, falou. 

O motorista de ônibus, Sidnei Ramos, 44, foi outro que ajudou na roçada. Ele é primo de Claudeir. “Vale muito à pena e é gratificante para todos nós”, falou, ao destacar a importância da Santa Casa para a região. “Muitos parentes meus já passaram por aqui e amanhã pode ser eu. Espero poder estar contribuindo sempre mais vezes e de outras formas também”, falou.  

O agricultor, Valdemar Valter, 52, que também participou da iniciativa, destacou a importância de ações voluntárias em prol da Santa Casa. “Como todos sabemos o hospital precisa de todo tipo de ajuda, esta é apenas uma das formas de contribuir”, falou. Ele disse que ações como esta incentivam outras iniciativas. “Uma coisa vai chamando a outra e tudo acontece”, afirmou. “Para mim é gratificante estar ajudando os amigos e contribuindo com uma instituição como a Santa Casa”, acrescentou. 

José Ramos da Silva Filho, 43 anos, é vigia do hospital, mas tirou o sábado à tarde para dar a sua contribuição voluntária. Acompanhou o grupo de amigos e ajudou na roçada do início ao fim. Ele disse que esteve com o pessoal também por conhecer bem o local. “Um ambiente mais limpo e aconchegante também ajuda na saúde dos pacientes que estão internados”, falou. “Se tiver mais alguém interessado venha se unir com a gente que tem bastante serviço”, emendou.  Filho ressaltou que cada pessoa pode contribuir de sua forma, é só procurar o hospital. 

Santa Casa agradece

A superintendente da Santa Casa, Lucineia Scheffer, elogiou a iniciativa do grupo. Segundo ela, a ação, além de tornar o local mais limpo a agradável, serve também de incentivo a mais pessoas para trabalharem voluntariamente à entidade. “Foi uma ação muito importante. Temos vários outros pontos que podem ser contribuídos com o hospital de forma voluntária”, destacou. “A Santa Casa e todos que aqui estão agradecem”, emendou. 

Lucineia disse que a Santa Casa tem em torno de 13 mil metros quadrados e em todo o entorno do hospital há grama. “Ou seja, eles trabalharam muito”, afirmou. A superintendente informou que por mês, o corte de grama custaria cerca de R$ 2 mil ao hospital. Pode parecer pouco, mas no acumulado do ano são R$ 24 mil. “Um recurso que com certeza faria muita falta para o hospital”, disse.