Apesar de irregulares, chuvas trazem ‘certo alívio’ a produtores, diz Deral

Mesmo que bastante irregulares, as chuvas registradas na região de Campo Mourão, nos últimos dias, trazem certo alívio aos produtores rurais que estão tendo suas áreas atingidas pelas precipitações. Com isso, as perdas estão sendo pelo menos ‘estancadas’ neste momento.

Conforme o Departamento de Economia Rural (Deral), Campo Mourão acumulou 17,4 milímetros de chuva ontem. “Há previsão de mais chuvas para o decorrer da semana. As precipitações ocorridas ofereceram certo alívio para os produtores, principalmente aqueles que semearam mais tarde”, informa o Deral em seu boletim agropecuário diário, divulgado nesta terça-feira (11).

Segundo o órgão, estima-se que a cultura da soja apresenta 13% em fase de floração, 79% em frutificação e 8% em fase de maturação e iniciando a colheita na região. “Os pastos estão em estado crítico. Além dos pecuaristas terem que alimentar o gado, também estão tendo que levar água”, informou.

Para a cultura do milho de 1º safra, avalia-se uma quebra de pelo menos 50% da produtividade estimada inicialmente, comprometida pela estiagem. “Grande parte da cultura encontra-se em fase de frutificação, há também áreas em fase de maturação”, informou o Deral. Já a cultura do feijão 1ª safra apresenta 37% em fase de frutificação e 63% em fase de maturação com 20% da área colhida. Para a cultura, a quebra de produtividade é de cerca de 40%.

Conforme alguns prefeitos, a quebra de produtividade em seus municípios ultrapassam 50%. É o caso de Araruna, segundo o prefeito Leandro César de Oliveira, presidente da Comcam. “No município, os produtores falam em perdas de até 70%”, lamentou. O solo no território do município é composto entre terra roxa e areia, o que contribuiu ainda mais para as perdas, já que as temperaturas tendem a ser ainda maiores.

Em Nova Cantu, o prefeito Airton Agnolin, informou durante reunião de gestores que no município as perdas da safra de verão ultrapassam 50% . “Temos conversado com os produtores e a situação é calamitosa”, falou, ao lembrar que decretou situação de emergência. Na região, vários município decretaram emergência por conta das perdas na agricultura em decorrência da estiagem. Araruna foi o primeiro a adotar a medida, ainda em novembro do ano passado.

Decretaram emergência também as cidades de Altamira do Paraná, Barbosa Ferraz, Boa Esperança, Campina da Lagoa, Corumbataí do Sul, Engenheiro Beltrão, Peabiru, Moreira Sales, Quinta do Sol, Farol, Janiópolis, e Ubiratã. Os prefeitos alegam que as perdas na safra impactarão diretamente na arrecadação dos municípios.

Além disso, outra preocupação é que a estiagem possa gerar o colapso no serviço de abastecimento de água potável à população, uma vez que os rios e poços artesianos que abastecem as cidades reduziram drasticamente a vazão. “O momento é bastante preocupante. Pedimos a população que faça o uso racional de água para evitar a falta. Na agricultura, infelizmente os prejuízos já são altos e todos seremos afetados”, ressaltou o presidente da Comcam.