Com litro da gasolina até R$ 6,79 em Campo Mourão, Petrobras anuncia novo reajuste de 4,85%

O ano de 2022 iniciou com mais uma notícia ruim para o bolso do consumidor. A Petrobras anunciou nesta terça-feira (11), aumento nos preços de venda de gasolina e diesel para as distribuidoras. É a primeira alta deste ano (há 77 dias o produto não sofria reajuste).

Com isso, a partir desta quarta-feira (12), o preço médio de venda da gasolina da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 3,09 para R$ 3,24 por litro, uma alta de 4,85%. Desde janeiro do ano passado, o reajuste acumulado do combustível é de 77,04%.

Para se ter ideia, em Campo Mourão, o litro do produto pode ser encontrado até a R$ 6,79 (preço máximo), conforme último levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), divulgado no dia 4 deste mês.

Conforme a Agência, o preço médio do litro da gasolina comum praticado na cidade é de R$ 6,35. Já o mínimo pode ser encontrado até R$ 6,20. Ou seja, antes de abastecer o consumidor deve pesquisar para economizar.

Nos últimos meses, o Etanol Hidratado (Álcool), também sofreu reajustes significativos, apesar de apresentar uma queda a partir de novembro do ano passado. O valor médio do combustível na cidade é R$ 5,07 o litro, enquanto o mínimo: R$ 4,90. Já preço máximo praticado pode chegar a R$ 5,69. Em dezembro do ano passado o preço médio do litro do etanol apresentou o primeiro recuo na cidade desde a última semana de julho. De acordo com o Sistema de Levantamento de Preços da ANP, houve uma desvalorização de 0,35% em relação a julho.

Embora tenha apresentado ligeira queda na média de preços, o etanol ainda não apresenta preço competitivo, a ponto de fazer com que os motoristas que tenham carro flex optem pelo combustível, em detrimento da gasolina. Isto acontece porque a vantagem ocorre quando o etanol apresenta preço equivalente a, no máximo, 70% do valor cobrado pelo derivado de petróleo. Em Campo Mourão, a porcentagem está variando entre 79% a 82%. Essa paridade ainda está distante em toda região.

“Não só o preço do combustível, mas tudo está um absurdo no Brasil. Não sei onde vamos chegar nesta situação”, disse o repositor de mercadorias Edson Couto, ouvido pela TRIBUNA. Couto, assim como vários outros consumidores, está deixando o carro mais na garagem. Ele que reside a cerca de 8 quilômetros do trabalho, está revisando o trajeto entre moto e bicicleta. “Carro só estou usando em dias de chuva ou quando se trata de saúde”, afirmou.

As altas preocupam também, e muito, quem trabalha como motorista de aplicativo. Desempregado desde maio do ano passado, Victor Amaral de Cordeiro, encontrou na atividade uma nova forma de renda. Porém, o aumento constante nos preços dos combustíveis impactam no rendimento mensal. “Se repassar todo esse aumento ao consumidor ele pára de usar o serviço. Então uma parte disso, infelizmente temos que absorver. Fora isso entra a manutenção do carro e seguro. Lucro não se tem. Estamos trabalhando para comer”, frisou.

Diesel

Para o óleo diesel, o preço médio de venda da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 3,34 para R$ 3,61 por litro, um aumento de 8,08%. Desde janeiro do ano passado, até o momento, o diesel teve uma elevação de 78,71% nas refinarias. Em nota, a Petrobras diz que os “ajustes são importantes para garantir que o mercado siga sendo suprido em bases econômicas e sem riscos de desabastecimento pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras: distribuidores, importadores e outros produtores, além da própria estatal”.

Em 2021, os preços de gasolina e diesel para o consumidor final nos postos subiram mais de 44%, gás de cozinha 33% e GNV, 36%, segundo a ANP. Isso ocorre porque nem sempre é repassado para a bomba o reajuste anunciado pela Petrobras às distribuidoras. O preço final tem ainda outros componentes como a margem de lucro dos postos e os impostos.