Baixa vacinação contra sarampo na Comcam preocupa 11ª Regional de Saúde de Campo Mourão

Época de pandemia do novo coronavírus (Covid-19) exige também cuidados com outras doenças que acabam ‘esquecidas’ pela população, como o sarampo, por exemplo, cuja cobertura de vacinação na área de abrangência da 11ª Regional de Saúde de Campo Mourão está longe do ideal. O que é preocupante.

A campanha de imunização contra o vírus prossegue até o dia 31 deste mês. Para se ter ideia, de 149 mil pessoas que poderiam se vacinar na Comcam, apenas 11.893 receberam a dose de janeiro até agora, conforme dados do Setor de Epidemiologia da Regional. 

A enfermeira chefe de Seção de Vigilância Epidemiológica da Regional de Campo Mourão, Evandra Cristina Pereira, comentou que além da falta de cultura da população pela vacina, a pandemia de coronavírus também afugentou o público alvo. 

“Tínhamos uma expectativa de vacinar um número muito maior. Temos uma população de mais de 149 mil pessoas, mas o número de doses aplicadas é muito baixo”, falou Evandra, ao lembrar que a campanha vem sendo realizada desde o ano passado. Ela observou que os números são referentes apenas a este ano. Além disso, algumas pessoas podem ter recebido a vacina, mas não têm comprovação. 

A vacinação na Comcam por faixa etária é a seguinte: 20-29 anos (5.402 doses); 30-39 anos (3.730 doses); e 40-49 anos (3.751 doses). Este ano foram feitas 3 notificações de casos de sarampo na região. São duas em Campo Mourão, com um resultado positivo, e uma em Goioerê, resultado negativo. 

Evandra lembrou que a vacinação é a mais importante defesa contra a transmissão da doença. Este ano a campanha tem prioridade para ampliar a cobertura em jovens adultos, pessoas entre 20 e 49 anos. Isso se deve ao fato deste público ter sido o maior infectado pelo sarampo no Estado no surto que teve início em agosto de 2019.

O Paraná ficou mais de 20 anos sem registro da doença. Como as pessoas não estavam mais habituadas com a preocupação em relação ao sarampo, muita gente deixou se vacinar e cumprir o cronograma de doses de imunização. Isso deixou a população mais vulnerável ao vírus.

Vacinação

A indicação é que qualquer pessoa que não tenha certeza, ou não tenha documentação se tomou as doses da vacina contra o sarampo, que se desloque até uma unidade de saúde próxima da sua residência para colocar ‘em dia’ a vacinação. Entre o calendário vacinal estão doses da tríplice viral, que protege além do sarampo também caxumba e rubéola, hepatites, poliomielite, entre outras.

A vacinação é gratuita e as doses estão disponíveis em unidades de saúde gerenciadas pelos municípios. Para saber onde há vacina disponível, a pessoa deve verificar com a prefeitura da cidade em que reside e seguir direto ao local mais próximo, evitando aglomerações e deslocamentos desnecessários.

De acordo com informe epidemiológico da Secretaria Estadual da Saúde, entre agosto de 2019 e o dia 19 de agosto deste ano o Paraná tinha 1.870 casos confirmados de Sarampo.