Campo Mourão encerra junho com recorde de mortes por Covid; Comcam acumula quase 900 óbitos

O mês de junho encerrou nesta quarta-feira (30) com recorde de mortes por coronavírus em Campo Mourão. Foram 70 óbitos, 20 a mais que os meses de março e maio, com 50 cada. Até então eram os mais letais pela doença. Para se ter ideia, em todo o ano passado a cidade registrou 65 mortes. Um total de 288 vidas foram perdidas para a covid no município. Já a Comcam, se aproxima de 900 óbitos. São 889.

Em Campo Mourão, as últimas mortes registradas por coronavírus ocorreram ontem: uma mulher de 36 anos e um homem com a mesma idade. Ambos estavam internados no Hospital Santa Casa.

Junho encerrou com 67 pessoas internadas com covid-19 em Campo Mourão, sendo 39 na UTI (24 homens e 15 mulheres) e 28 na enfermaria (13 homens e 15 mulheres). Somente moradores de Campo Mourão, são 19 na UTI e 14 na enfermaria.

Os hospitais da cidade continuam superlotados. A taxa de ocupação da enfermaria covid, segundo boletim divulgado pela Secretaria da Saúde, é de 115% na enfermaria; UTI-SUS (125%) e UTI-Convênios (90%). O município tem um total de 12.596 casos, dos quais 11.092 pacientes se encontram curados. Os casos ativos somam 1.216, enquanto os suspeitos 119. A Comcam soma 38.472 casos de coronavírus.

O número de mortes por cidade, até essa quarta-feira, é o seguinte: Campo Mourão (288); Ubiratã (75); Goioerê (62); Campina da Lagoa (58); Terra Boa (47); Barbosa Ferraz (38); Araruna (35); Moreira Sales (35); Peabiru (28); Engenheiro Beltrão (27);Juranda (25); Mamborê (24); Roncador (20); Janiópolis (18); Nova Cantu (17); Boa Esperança (17); Iretama (15); Altamira do Paraná (10); Luiziana (9); Quinta do Sol (9); Farol (9); Fênix (7); Corumbataí do Sul (7); Rancho Alegre D’ Oeste (6) e Quarto Centenário (3).

Segmento funerário

Desde o início da pandemia, março deste ano foi um dos períodos mais movimentados no segmento funerário de Campo Mourão, alcançando crescimento de 28% sobre o mesmo mês de 2020. Os dados constam em reportagem publicada recentemente pela TRIBUNA, com informações do jornalista Dilmércio Daleffe. De acordo com a empresa prestadora dos serviços, a Prever, os atendimentos dobraram, principalmente, em decorrência das mortes pela Covid. De acordo com ela, neste momento, a quantidade de óbitos está batendo recordes.

Os dados não chegam a ser uma novidade. Desde o início do ciclo pandêmico, a população assiste aos noticiários e, informações nas redes sociais, dia a dia, como uma espécie de obituário. Cada pessoa conhece, ao menos, uma das tantas vítimas da doença. A funerária explica que entre o final de dezembro de 2020, e janeiro deste ano, também foi verificado aumento médio de 32% nos atendimentos.

O setor já havia previsto que o mês de junho mostraria sinais de um período ainda mais crítico. Novos tempos também modificaram o modo de trabalho das empresas funerárias. A pandemia trouxe uma necessidade de proteção a todos, principalmente, aos agentes funerários. As empresas passaram a seguir todas as exigências e determinações dos órgãos públicos. Desde o limite de acesso por sala de velório, álcool, medição de temperatura, exigência de máscaras. Até a proibição de velórios em casos de covid. Apesar da alta de mortes, não houve alteração de valores nos funerais.

Quanto custa para morrer?

Hoje, em Campo Mourão, a urna funerária mais em conta custa R$ 513,35. No caso de encomendar uma coroa de flores, R$ 220,00. Não é obrigatório, mas a empresa também realiza a tanatopraxia – a conservação de cadáver, através da aplicação de produtos químicos. Pelo método são cobrados R$ 1500,00.

Para um velório de três horas – não em casos de Covid -, numa das capelas da empresa, é cobrada taxa de R$ 2 mil. A funerária também conta com cemitério jardim. Lá, são cobrados R$3 mil para o sepultamento, através de locação – por três anos. Mas o terreno também pode ser comprado, por R$ 7,5 mil – espaço para dois.

Outra possibilidade é sepultar no cemitério Municipal São Judas Tadeu. Lá, a família deve pagar R$ 76,00 pela concessão do terreno. Além disso, uma taxa de R$ 600,00 ao pedreiro local. É ele quem constrói as gavetas, garantindo o serviço com o lacre final. Ali também existe uma capela para velórios, sem custos.

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