Campo Mourão fecha 382 vagas de emprego em abril, diz Caged

O mercado de trabalho em Campo Mourão fechou 382 empregos com carteira assinada em abril deste ano. Os números fazem parte dos dados consolidados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quarta-feira (27) pelo Ministério da Economia.

O saldo foi resultado de 294 admissões e 676 demissões ao longo do último mês. A variação da taxa de emprego em abril ficou -1,62% na cidade. Em abril do ano passado, o Caged registrou saldo positivo de 46 postos de trabalho com carteira assinada na cidade.

Boa parte das vagas desligadas é reflexo da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), que atingiu em cheio o comércio local, com o fechamento das lojas por mais de um mês. Muitas empresas sequer voltaram a abrir as portas após autorização do município para retomada das atividades, que ainda seguem restritas no município. 

No acumulado de 2020, entre janeiro e abril deste ano, Campo Mourão soma 2.797 admissões contra 2.892 demissões, um saldo negativo de -95 empregos. Ainda de acordo com os dados, janeiro teve saldo positivo de 171 empregos no município. Em fevereiro, o resultado também foi positivo, de 146 empregos com carteira. Já em março o saldo foi negativo, de -30 empregos. 

Segundo o Ministério da Economia, desde 1º de abril, data da edição da Medida Provisória 936/2020, que criou o Programa Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda, foram preservados mais de 8,1 milhões de empregos no país.

Além disso, foi informado que os dados do Caged agora passam a ser agrupados na mesma divisão feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): Comércio, Serviços, Indústria Geral, Construção Civil e Agricultura.

No intervalo de janeiro a abril de 2020, Agricultura teve saldo positivo de 10.032, resultado de 275.464 contratações e 265.432 demissões. O resultado da Construção Civil ficou negativo em -21.837. Comércio teve -342.748, Serviços -280.716 e Indústria -127.886. Estes dados não foram disponibilizados por municípios na base de dados do Caged. 

Desempregada desde o início da pandemia do coronavírus, ou seja, há dois meses, hoje a ex atendente de caixa, Danielle Ventura de Brito,33, vem fazendo diárias como empregada doméstica para se manter. Ela trabalhava em uma loja de confecções na área central da cidade, que fechou logo após o início da pandemia. “As vendas já vinham fracas e quando fechou o comércio, o patrão decidiu fechar enquanto ainda conseguia acertar com os funcionários”, falou. 

Outro que está sentindo no bolso, os reflexos da pandemia, é o garçon Ataíde de Oliveira, 44. Ele trabalhava há mais de 3 anos em um restaurante na área central de Campo Mourão, quando teve a rescisão do contrato de trabalho. “Muitos que voltaram a atender, só estão servindo marmitas, ou seja, reduziu muito o serviço”, explicou. Ele disse que está se virando como pode. Nestes dois meses já foi auxiliar de pedreiro, conseguiu emprego de diarista em um lava jato, e fez até serviços de jardinagem. “Infelizmente muita gente está na mesma situação que a minha. Quando vou conseguir um emprego com carteira assinada, só Deus sabe. Mas não podemos perder a esperança”, falou. 

Nos últimos 18 anos, o saldo de emprego no município vem se comportando da seguinte maneira: 2002 (662); 2003 (962); 2004 (688); 2005 (111); 2006 (-57); 2007 (1.415); 2008 (1.422); 2009 (1.227); 2010 (924); 2011 (1.422); 2012 (1.311); 2013 (1.024); 2014 (513); 2015 (769); 2016 (-54); 2017 (-370); 2018 (856); e 2019 (353).