Campo Mourão vive surto de cinomose; PAIS alerta tutores para vacinação
O município de Campo Mourão está enfrentando um surto de cinomose. O alerta é da Associação dos Protetores de Animais Independentes (PAIS), que reforça aos tutores a necessidade de a vacinação de seus pets estar em dia para proteger o animal. De acordo com a voluntária da PAIS, Amanda Tonet, a entidade tem recolhido diariamente de 4 a 5 cães das ruas já em estágio terminal de vida em decorrência das complicações da doença. “A cinomose é muito agressiva e de difícil tratamento”, alertou ela. “É importante que os tutores garantam que seus animais estejam com a vacinação em dia”, orientou.
Segundo ela, foram registrados casos até mesmo no canil. A PAIS nem está levando filhotes resgatados ao local por conta do alto risco de contaminação e após casos de infecção contraída por animais novos no canil. “Levamos uma ninhada de filhotes que não tinha sintomas e de repente foi infectada”, disse, ao comentar que cães, quando filhotes, ficam ainda mais expostos e sensíveis à doença.
Amanda informou que a PAIS percebeu o aumento de casos de cinomose de um mês para cá. Segundo ela, as primeiras confirmações começaram a ser registradas no Conjunto Avelino Piacentini, se espalhando a outros bairros, como no Jardim Lar Paraná, por exemplo. A voluntária informou que não somente cães de rua vêm sendo infectados pelo vírus, mas também animais com lares. “As clínicas veterinárias as quais temos parceria vêm atendendo vários casos de tutores que levaram seus animais com os sintomas confirmando para cinomose”, alertou.
A defensora da causa animal comentou que muitos moradores, até por desinformação, acabam caindo no erro em relação a vacinação do seu animal. Segundo ela, muitos confundem que o animal só precisa ser vacinado quando filhote. Porém, esta percepção está equivocada, colocando em risco a vida do bicho. “A vacinação é anual”, ressaltou. Ela exemplificou que nesta semana atendeu uma senhora na cidade, cujo animal havia contraído cinomose, e ela informou que sua cachorrinha só havia sido vacinada quando filhote. “Ela não sabia que a vacinação para a doença é anual”, disse.
Outra recomendação, por experiência própria, conforme Amanda, é que os tutores optem pela vacina importada. “Sabemos que a vacina importada é muito mais cara que a nacional, mas, por experiência própria, a vacina nacional não adianta. A importada é a mais eficaz. Uma época vacinávamos os animais da PAIS com a vacina nacional e mesmo assim sempre registrávamos casos de cinomose. Depois que mudamos para a importada, controlamos a situação”, citou, ao alertar que o vírus é altamente transmissível de animal para animal. Amanda relatou que o tempo seco e quente pode estar contribuindo para o aumento de casos da doença no município.
Vacina é a prevenção
Amanda ressaltou que, durante a época de poucas chuvas e calor intenso, é recorrente a fácil proliferação de vírus e bactérias que aumentam o número de casos de cinomose. O ciclo de incidência é o verão. Por isso, a orientação é sempre a de que os animais sejam vacinados antes do fim do inverno para prevenir.
O animal deve ser vacinado quando ainda filhote e todo ano a dose da vacina deve ser repetida. “Se a pessoa tem um bicho que apresente sintomas de cinomose canina, ela deve encaminhá-lo para o médico veterinário. Caso o diagnóstico seja positivo, o profissional fará um tratamento paliativo para aliviar as reações”, orientou Amanda.
Doença e sintomas
Causada por vírus, a cinomose é uma doença que afeta cães domésticos e selvagens e pode levar o animal à morte. A transmissão ocorre de maneira direta – pelo contato do cachorro com as secreções de um bicho já contaminado – e indireta, por meio do ar que transporta o vírus ou pelo contato com algum local/objeto infectado.
Sintomas
Os principais sintomas da doença são:
- Febre com vômito e diarreia;
- Tosse e dificuldade de respirar;
- Conjuntivite
- Convulsões e espasmos musculares – o vírus atinge o sistema nervoso central do animal.