Caso confirmado de gripe H3N2 preocupa Saúde em Campo Mourão

A confirmação de um caso de Influenza H3N2, esta semana, em uma jovem de 26 anos, em Campo Mourão, acendeu o sinal de alerta da secretaria de Saúde do município. A confirmação foi feita pelo Laboratório Central do Paraná (Lacen), através de testes recolhidos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

De acordo com o secretário de Saúde do município, Sérgio Henrique dos Santos, a paciente teve apenas sintomas leves do vírus e passa bem. Seu esposo também apresentou indícios da doença – tosse, dor de cabeça, coriza, febre, entre outros. Amostras foram recolhidas e enviadas ao Lacen. Ainda aguardam o resultado.

“Dentre os exames coletados em Campo Mourão, principalmente na UPA, com características de síndrome gripal, enviados ao Laboratório Central, foi detectado a presença desta paciente com o vírus H3N2, que é uma variante das influenzas. É um vírus menos circulante entre a população, mas que nos preocupa pela gravidade”, comentou Santos, ao lembrar que o Paraná já registrou um óbito pela doença.

O secretário ressaltou a importância de a população – principalmente grupos prioritários – vacinar para aumentar a imunidade. Segundo ele, a nova variante do vírus pode ter surgido devido a baixa adesão da vacinação contra gripe este ano, problema que ocorreu em todo o Estado. “Todo mundo focou na vacinação contra a Covid-19 e acabou deixando de lado a vacinação contra a gripe, o que é um perigo, já que favorece o surgimento de variantes”, ressaltou.

Ele informou que o município reforçou uma campanha recentemente com os postos de saúde abertos até às 20 horas para vacinação, porém houve pouca adesão da comunidade. “Vamos continuar coma a disponibilidade de doses nas unidades de saúde. Pedimos que a população faça sua parte e se vacine. Muitos podem entender a gripe como uma bobagem, mas pode matar”, alertou.

Santos comentou também a importância de se procurar as unidades de saúde do município, UPA, ou Pronto Atendimento do Lar Paraná em casos de sintomas para a realização de testes. “Nossas equipes têm expertise no tratamento desta doença e sabem como conduzir da melhor forma possível”, afirmou, ao pedir ainda que a população procure se prevenir, evitando aglomerações, ambientes fechados, fazendo uso de máscara e higienização frequente das mãos. “Apresentou algum sintoma procure uma unidade de saúde o mais rápido possível”, orientou.

20 casos e 1 morte

O Paraná tem 20 casos confirmados da Influenza H3N2 e um óbito. A doença é um tipo do vírus da gripe Influenza A (H3), circulante no Estado há pelo menos cinco anos. O óbito refere-se a uma mulher de 77 anos, com comorbidades, residente em Maringá. A paciente foi internada no dia 8 de dezembro, evoluindo a óbito no dia 11 do mesmo mês. Ela havia tomado a vacina contra a influenza em outubro deste ano.

A Secretaria Estadual de Saúde do Paraná (Sesa-PR), esclarece que o Estado não está em surto de gripe e que não há motivo para pânico. A informação, é que estes casos confirmados têm relação direta com a baixa adesão da população a vacinação, que embora não tenha sido desenvolvida para prevenir essa variante H3N2, aumenta a imunidade e dificulta a infecção pelas Síndromes Respiratórias Agudas Graves – SRAG.

O Paraná registra casos da Influenza A (H3) desde 2016, quando o sistema estadual iniciou este monitoramento com os boletins epidemiológicos. Em 2017 e 2018 a H3 foi predominante dentre as SRAG por Influenza, sendo 71,4% e 54,7% do total, respectivamente. Em 2016 foram registrados 4 casos e 1 óbito; 2017 – 205 casos e 35 óbitos; 2018 – 364 casos e 58 óbitos; 2019 – 54 casos e 13 óbitos; 2020 – 2 casos e 1 óbito; e 2021 – 20 casos e 1 óbito até o momento.

Ainda conforme a Sesa, o Paraná recebeu 5.165.200 vacinas contra a Influenza enviadas pelo Ministério da Saúde para a campanha deste ano iniciada em 12 de abril. Devido a baixa adesão, a imunização foi estendida e muitos municípios ainda possuem doses disponíveis (cerca de 700 mil). A vacina também é disponibilizada na iniciativa privada e pode ser aplicada em todas as pessoas acima de seis meses de idade.

Assim como ocorre com as demais doenças, com o surgimento de novas variantes ocasionadas pela mutação do vírus circulante, a próxima vacina desenvolvida deverá conter a proteção para a nova cepa, neste caso, a H3N2. Segundo a Sesa, a cobertura vacinal este ano está em 70,40%. A meta estipulada é de, no mínimo, 90%. No ano passado o Paraná registrou a maior cobertura dos últimos cinco anos, com 98,41%.