Chuvas ficam 63% abaixo da média para janeiro em Campo Mourão, diz Simepar

Janeiro encerrou com 63% abaixo do volume de chuvas esperado para o mês em Campo Mourão. Para o período, eram aguardados na cidade 296,55 milímetros, conforme a média histórica. No entanto, durante os 31 dias do mês passado, caíram apenas 110,40 mm, o equivalente a 37% do esperado. Ou seja, um déficit de 186,55 milímetros.

Os dados são do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), vinculado à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e Turismo (Sedest). O levantamento leva em consideração as estações meteorológicas instaladas pelo órgão em diferentes pontos do Estado.

Os números mostram que na cidade de Ubiratã o déficit de chuvas para o período foi bem menor comparado a Campo Mourão. Na cidade, as precipitações ficaram 24% abaixo do esperado. Ou seja, choveu 187,40 milímetros de 248,05 que eram aguardados. O acumulado atingiu 76% do volume. Choveu 61 milímetros a menos da expectativa.

“Tivemos grandes variações em janeiro. Em cidades como Guaratuba e Curitiba foram mais dias com chuvas e também com chuvas mais expressivas”, afirmou o meteorologista do Simepar, Reinaldo Kneib. Dezembro é marcado por poucas chuvas na parte Oeste. A precipitação acima da média, contudo, ficou mais concentrada na parte Leste do Estado. Muitas cidades das regiões Oeste e Noroeste seguem em estado de alerta, se adaptando aos efeitos da seca prolongada.

Na região de Campo Mourão, vários municípios ainda estão em alerta para a situação, como a cidade de Altamira do Paraná, que desde dezembro vem distribuindo água potável aos moradores com caminhão pipa da prefeitura. “Em algumas comunidades os moradores ficaram sem água até para beber”, comentou o prefeito José Etevaldo de Oliveira (PT).

Para fevereiro, a expectativa de centros climatológicos é de que as chuvas fiquem mais próximas da média na região e ocorram com mais frequência, de forma mais distribuída. No mês de janeiro, as precipitações vieram somente após a primeira quinzena, localizadas, e, em algumas cidades, acompanhadas de tempestades- ventos fortes e granizo.

A falta de chuva, causou uma quebra significativa da safra de verão. Os produtores estão atrasados com a colheita da soja e plantio do milho safrinha. Em 13 dos 25 municípios da Comcam, existe inclusive a preocupação de não conseguirem a implantação da cultura do milho safrinha dentro do prazo do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), que encerra no dia 28 deste mês.

Os municípios nesta situação são Altamira do Paraná, Araruna, Boa Esperança, Campina da Lagoa, Mamborê, Nova Cantu, Peabiru, Campo Mourão, Corumbataí do Sul, Farol, Juranda, Luiziana e Roncador. Nos demais, a janela encerra dia 20 e 31 de março. Com o plantio fora do prazo de zoneamento, o produtor corre o risco de ficar fora do Proagro, seguro agrícola direcionado aos beneficiários do Pronaf.