Clima não ajuda e plantio do milho segue de forma lenta na Comcam

A falta de chuva significativa dos últimos dias está atrapalhando o plantio do milho 1ª safra na região da Comcam. De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), órgão vinculado à Secretaria Estadual de Agricultura (Seab), apenas 15% da área dedicada à cultura foram semeadas até o momento. Ou seja, só 1.050 hectares de um total de 7 mil foram plantados na Comcam. 

“As condições climáticas não favoráveis estão fazendo com que o plantio da primeira safra de milho 2020/21 seja realizado de forma mais lenta”, ressaltou o analista do Deral Edmar Gervásio.  Até a última semana, segundo ele, foram plantados 65% de uma área total de 360 mil hectares, que devem produzir em torno de 3,4 milhões de toneladas no Paraná. 

Para a região de Campo Mourão, o Deral estima uma produção de 69,3 mil toneladas de milho, uma média de 9,4 mil a 10,4 mil quilos por hectare. No geral, as condições de lavouras são medias para 15% da área plantada, com 60% em condições medianas e 20% em condições ruins. “Já o cenário para a segunda safra de milho 2020/21, que deve iniciar o plantio em janeiro de 2021, apresenta certo grau de incerteza”, avaliou o analista. 

Segundo o Deral, o atraso no plantio da safra de soja, e consequentemente da sua colheita, pode levar a um atraso e concentração do plantio do milho e aumento dos riscos climáticos ou, em uma situação mais aguda, a impossibilidade do plantio dentro do período ideal. 

“Entretanto, o momento agora é de atenção; estima-se que os impactos são pontuais e ainda é possível ajustar”, ressaltou Gervásio em boletim divulgado pelo Deral. No cenário mercadológico, os preços do cereal seguem firmes e atingindo semana após semana novos recordes: na semana passada, a saca de 60 kg foi negociada em torno de R$ 53,00,  preço recebido pelo produtor, enquanto nesta semana, R$ 57,50.

Exportações
Conforme o Deral, as exportações de milho do Brasil contribuíram, em setembro, com 1,1 bilhão de dólares, sendo o quarto item mais exportado do mês. No acumulado do ano (jan a set), o milho gerou uma receita de 3,3 bilhões de dólares, tendo participação de 2,1% do total de exportações brasileiras, que foi de 156,5 bilhões de dólares no período.