Com safra afetada pela seca, produtores iniciam colheita do trigo na região

Com a safra impactada pela seca, produtores rurais iniciaram a colheita do trigo na região de Campo Mourão. De acordo com relatório semanal do Departamento de Economia Rural (Deral), núcleo de Campo Mourão, órgão vinculado a Secretaria da Agricultura e Abastecimento (Seab), 2% da safra foram retiradas do campo. A área cultivada com o cereal na Comcam é de 104,5 mil hectares.

O técnico do Deral em Campo Mourão, Paulo Borges, ressaltou que estão sendo colhidas algumas áreas semeadas mais cedo. Segundo ele, a tendência é que a colheita ganhe força nos próximos dias. “Os produtores rurais estão colhendo já pensando e se programando para o plantio da soja que estará liberado após o período do vazio sanitário, que encerra dia 31 deste mês”, falou. A janela de plantio da oleaginosa aos produtores da região é de 1º de setembro a 30 de dezembro, conforme o zoneamento agrícola.

O boletim do Deral informa que 50% da safra de trigo estão em condições ruins na Comcam. O motivo: a estiagem prolongada que afetou a safra desde o início do ciclo. Borges lembrou que alguns produtores chegaram a fazer o replantio de algumas áreas que não germinaram devido à seca. Ainda conforme o Departamento, 36% da cultura estão em condições medianas de desenvolvimento e apenas 14% em boas condições.

Atualmente, 5% da safra estão no estágio de desenvolvimento vegetativo, 32% (floração), 44% (frutificação), e 19% (maturação). Conforme a previsão do Deral, a estimativa de produção de trigo na safra 2023/2024 região, esse ano, variava entre 280 a 320 mil toneladas. Porém, essa projeção deverá sofrer redução de pelo menos 40%.

Preços e baixa produtividade

Os preços do cereal valorizaram cerca de 14% do início do ano até agosto. Em janeiro, a saca de 60 quilos era cotada para venda ao produtor rural a R$ 66,00 passando para R$ 76,00 agora.

Apesar da valorização, conforme informou o Deral em seu último boletim Conjuntural, divulgado na última semana, as produtividades baixas obtidas inicialmente dificilmente cobrirão os custos de produção.

Conforme o Órgão, o desembolso aproximado de produção de um hectare de trigo, a preços de maio, foi estimado em R$ 3.236,02. Para receber este valor em sua produção o triticultor paranaense precisaria vender 43 sacas de trigo, usando como referência o preço mais comum, praticado atualmente, de 76,00 a saca.

“Sem enfrentar condições climáticas adversas, seria perfeitamente possível produzir esta quantidade de sacas em um hectare, porém a falta de chuvas restringiu as produtividades”, aponta o documento, informando que há relatos iniciais de uma produtividade obtida entre 30 e 35 sacas por hectare nestas lavouras que enfrentaram a estiagem no pior momento, volume que gerará prejuízo ao produtor.


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