Comcam encerra ciclo da dengue com número de casos quase 4 vezes maior ao período anterior

Mesmo com todos os esforços dos municípios e Regional da Saúde, a Comcam encerrou nesta semana o ciclo epidemiológico da dengue com aumento expressivo do número de casos. Foram 8.829 confirmações contra 2.259 no período anterior (2020/21). Ou seja, quase quatro vezes mais pessoas infectadas. Os dados são da Secretaria Estadual da Saúde do Paraná (Sesa-PR).

Os números equivalem a um aumento de 391,7% no quantitativo de casos. No ciclo atual, das 25 cidades da Comcam, apenas Campo Mourão e Terra Boa entraram em estado de epidemia, com 3.191 e 1.633 confirmações, respectivamente.

Ainda conforme os dados, a região encerrou o período epidemiológico com 14.012 notificações e 9.487 casos prováveis da doença. O chefe da 11ª Regional de Saúde de Campo Mourão, Eurivelton Wagner Siqueira, observou que mesmo com o tempo seco e frio dos últimos meses houve aumento considerável de casos, o que está ligado diretamente ao relaxo de parte da população.

“O problema da dengue é principalmente causado pela falta de consciência de parte dos moradores já que a maioria dos focos é encontrada em ambientes domiciliares”, falou Siqueira. Ele comentou que a Regional de Saúde prestou todo apoio e orientação aos municípios em relação à doença, inclusive com treinamento de agentes e ações de combate ao mosquito.

No atual ciclo que encerrou nesta semana, os casos por municípios são Altamira do Paraná (4); Araruna (142); Barbosa Ferraz (302); Boa Esperança (541); Campina da Lagoa (74); Campo Mourão (1.633); Corumbataí do Sul (625); Engenheiro Beltrão (72); Farol (18 ); Fênix (158); Goioerê (169); Iretama (17); Janiópolis (15 (2)); Juranda (24); Luiziana (91); Mamborê (373); Moreira Sales (89); Nova Cantu (8); Peabiru (61); Quarto Centenário (211); Quinta do Sol (35); Rancho Alegre D’ Oeste (161); Roncador (50); Terra Boa (3.191); e Ubiratã (765).

No Paraná, o total de confirmações chegou a 132.328 e 88 mortes. Notificações somam 257.842. De 386 municípios com notificações, 358 confirmaram casos da doença. “Dengue só tem onde há lixo e água parada”, observou Siqueira.

A dengue é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, vetor também do Zika Vírus e Febre Chicungunha. Os principais criadouros do mosquito, conforme levantamento entomológico realizado pelos municípios e informado à Sesa, estão em lixos como recipientes plásticos, garrafas, latas, sucatas em pátios e ferros-velhos, entulhos de construção.

Depósitos móveis como vasos e frascos com água, pratos, pingadeiras, recipientes de geladeiras, bebedouros em geral, pequenas fontes ornamentais, materiais em depósito de construção (sanitários estocados, etc.), objetos religiosos correspondem, também estão entre os principais criadouros do mosquito.

Com ações simples de remoção, proteção, limpeza e destinação adequada de resíduos sólidos, é possível evitar a proliferação do Aedes aegypti. “Mesmo no inverno todas as medidas de prevenção devem continuar pela população”, ressaltou o chefe da Regional de Saúde.