Contrários a construção de nova CGH fazem petição pública

Apoiadores contra a construção da CGH Saltinho, em Campo Mourão, lançaram uma petição pública buscando assinaturas para tentar barrar a obra. Nela, o movimento defende a ideia que o projeto irá destruir ecossistemas do rio da Várzea, além de ameaçar o Salto Santa Amália, conhecido por Saltinho.

O movimento explica que o local é frequentado por parte da população e que trata-se de um lugar voltado à saúde e lazer da comunidade. “Muitos ciclistas passam por ela, praticando o ecociclismo e o cicloturismo. Esse espaço da natureza recebe pessoas de diferentes grupos sociais, de outras cidades e estados. É realmente um ponto turístico da nossa cidade, mesmo que não seja reconhecido. É um lugar muito importante pra nós, moradores de Campo Mourão, que temos o rio da Várzea na nossa história, no cotidiano e reconhecemos a sua importância pra nossa vida”, disseram.

De acordo com o texto, a Central Geradora Hidrelétrica (CGH) Saltinho será a quarta hidrelétrica na região, no mesmo rio, e por isso o impacto do projeto não é isolado. “A empresa privada Saltinho Energias Renováveis não tem o direito de destruir a natureza. O objetivo da empresa com a construção da hidrelétrica é gerar lucro particular e o projeto não tem pontos positivos para o município, nem em termos econômicos, nem para a população e o meio ambiente. Além disso, esse processo está acontecendo sem nenhum tipo de informe e consulta pública, o que é um total desrespeito à população”, ressalta o texto.

O manifesto também afirma que o local sofrerá impactos ambientais, sociais, históricos e culturais. “Áreas de reserva legal e matas ciliares vão ser afetadas, junto de espécies da fauna e da flora, algumas ameaçadas de extinção. Um sítio arqueológico registrado no IPHAN vai ser afetado, memória da ocupação indígena e dos Caminhos de Peabiru, onde transitavam povos indígenas desde os Andes até o litoral do Paraná. A aldeia indígena Verá Tupã’, no Barreiro das Frutas, vai ser afetada pela construção, assim como moradores locais que dependem do rio, a exemplo de pescadores. Todo o ecossistema terrestre e aquático vai ser afetado de forma permanente com a alteração do curso natural do Rio, barragem das águas e a diminuição da vazão do rio”.

O documento recolherá assinaturas e depois, será enviado ao Ministério Público Estadual e Federal. À prefeitura e à Câmara Legislativa de Campo Mourão. Aos conselhos de meio ambiente municipal e estadual.

Outro lado

Por sua vez, a empresa Saltinho garante já possuir todas as licenças e autorizações necessárias à implantação do empreendimento. Uma vez concluída, a CGH deverá gerar 4,5 MW de energia. Ou seja, uma potência instalada suficiente para abastecer uma cidade com aproximadamente 11 mil residências – considerando o consumo médio mensal do Paraná (167 kWh/Mês).

A obra suprimirá uma área de vegetação de 33 há, principalmente, à implantação do reservatório. “Ela será devidamente compensada mediante reposição florestal. A implantação da APP do lago, totalizando 63,76 ha, possibilitará uma faixa de mata ciliar de 55 metros em todo o entorno, propiciando a manutenção e recuperação da fauna e flora local”, disse a empresa. Segundo ela, durante a fase de supressão, uma equipe especializada no resgate de fauna e flora acompanhará todos os serviços, minimizando os impactos.

Além disso, também será realizada a compensação ambiental financeira nos termos da Licença de Instalação – estimada em R$110 mil. Ela enfatiza que ainda, serão rigorosamente seguidas as condicionantes dos demais programas ambientais estabelecidos na licença em benefício da comunidade local.

Conforme a empresa, em dezembro de 2015, foi realizada uma reunião pública com moradores da região do Barreiro das Frutas. O convite foi realizado pessoalmente ou através de ligações, anúncios em rádios e jornais. Na ocasião o projeto foi esclarecido, assim como dúvidas, sanadas.

Serviço

A petição pública pode ser encontrada no endereço https://peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=sosriomourao