Corpo de jovem executado demorou 3 horas para ser recolhido; entenda o motivo

A demora no recolhimento de corpos no caso de mortes violentas na região de Campo Mourão continua gerando polêmica. Nestes casos, os profissionais do Instituto Médico Legal, que fazem a remoção não são os culpados.

O jovem Iago Henrique Lira Matos, de 26 anos, foi executado por volta das 8 horas desta segunda-feira (8) no local em que trabalhava, no jardim Lar Paraná. Porém, o corpo foi recolhido pelo IML somente por volta das 11 horas. Ou seja, 3 horas depois.

Familiares do jovem que estavam no local se desesperam com a situação. A TRIBUNA apurou que Iago era filho único. Ele deixou a esposa grávida. Sua mãe e a mulher ficaram aguardando a perícia no local por três horas, sem ao menos poder tocar no corpo.

A demora para recolhimento de corpos vem ocorrendo devido a uma normativa adotada pela Secretaria de Segurança Pública do Estado. Pela diretriz, o atendimento do IML para remoção de corpos só pode ser acionado pela Polícia Civil, através da Central de Comunicações Periciais (Cecomp), após confeccionado o boletim de ocorrências.

Só que, no caso de acidentes com mortes, assim como homicídios, os primeiros atendimentos são prestados por equipes de socorro, como Bombeiros ou Samu. Até que a Polícia Civil faça o atendimento e cumpra todos os trâmites, os corpos das vítimas ficam por horas no local. No caso em específico de hoje, o IML teve de aguardar a chegada de uma equipe da perícia de Maringá para só então fazer a remoção do corpo para autópsia.

Situação recorrente

A situação tem sido recorrente na região. No dia 24 de outubro, três jovens morreram em um grave acidente na rodovia PR-317 em Engenheiro Beltrão. Mesmo com o IML chegando ao local momentos após o ocorrido, os corpos só foram recolhidos mais de cinco horas após o acidente, após liberação da perícia. Já em Rancho Alegre D’Oeste, em junho deste ano, um jovem de 20 anos que morreu em acidente de moto na rodovia PR-472, ficou com o corpo por mais de 6 horas no meio da pista até ser recolhido.

Devido à gravidade da situação, o assunto foi levado pelo deputado estadual Douglas Fabrício à Assembleia Legislativa. Ele pediu apoio dos demais parlamentares para cobrar que a norma seja mudada e o atendimento possa ser agilizado. “Temos que rever esse protocolo com urgência. Quem é diretamente afetada é a população lá na ponta. E não é culpa do IML, pois os funcionários têm que obedecer a norma”, falou o deputado.