Em meio a crise, Tauillo sugere novo formato de gestão na Santa Casa, mas diretoria rejeita

Uma reunião nessa quinta-feira (1), na sede da Comcam, entre a diretoria da Santa Casa com entidades representativas da Saúde e os prefeitos Tauillo Tezelli (Campo Mourão) e Rafal Bolacha (Moreira Sales), presidente do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região da Comcam (Ciscomcam), discutiu a crise enfrentada pelo hospital que corre o risco de um iminente colapso.

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Durante o encontro, devido às dificuldades da nova diretoria, na gerência do hospital, o prefeito de Campo Mourão, Tauillo Tezelli, sugeriu duas novas formas de gestão da entidade com o objetivo de evitar que o desequilíbrio financeiro ganhe proporções ainda maiores, correndo o risco de ter os atendimentos suspensos à população. O gestor apresentou a possibilidade de o hospital passar a ser administrado por grupos de administração hospitalar. Entre eles, sugeriu o Instituto Santa Clara ou a Santa Casa de Curitiba. Porém as duas propostas foram rejeitadas pela diretoria.

“Ao longo dos anos, já participamos de várias reuniões para apurar as dívidas da Santa Casa, apresentando diversas propostas para encontrar uma solução para os problemas enfrentados pelo hospital, mas a situação nunca se resolve”, lamentou o prefeito, ao comentar que a população é a mais prejudicada neste momento.

O encontro reuniu também a presidente do Conselho Regional das Secretarias Municipais da Saúde (CRESEMS); Sara Caroline Beltrame Perez; apoiadora do Conselho Estadual das Secretarias Municipais de Saúde (COSEMS), Ellen Alessandra Souza; a secretária de Saúde de Campo Mourão, Camila Corchack e o coordenador geral do município, Sérgio Henrique Santos, além de membros da diretoria do hospital.

Na ocasião, a presidente da Santa Casa, Mariceli Bronoski, ressaltou que a participação dos municípios é fundamental para a ‘sustentabilidade’ do hospital. Ela citou, por exemplo, que os valores de repasses não são reajustados desde 2020 e que a repactuação financeira com os municípios permitirá o reequilíbrio das contas da unidade.

No entanto, o presidente do Ciscomcam, Rafael Bolacha, ressalvou que em agosto do ano passado, durante visita do Secretário de Saúde do Estado, Beto Preto, ‘um representante’ da Santa Casa informou que o hospital não necessitava de ajuda dos municípios da região e, que, em razão disso, os prefeitos da região entenderam que não haveria necessidade de repactuação de valores com a unidade.

Na reunião, a secretária de Saúde de Campo Mourão, Camila Corchack, questionou a diretoria da Santa Casas sobre quais medidas em curto, médio e longo prazo estão sendo adotadas para viabilizar a reorganização do hospital. O diretor geral da entidade, Marcos Aurélio de Assis, informou que existem medidas traçadas, mas que a falta de recursos leva à inviabilidade de iniciar o processo de estabilização e trazer novos profissionais para equilibrar as contas da entidade. Informou ainda que existe a falta de insumos e que se houver um aporte maior dos municípios será possível ‘oxigenar’ a estrutura do hospital e permitir a regularização da situação atual. Segundo Assis, a unidade hospitalar está operando com 40% de sua capacidade, tendo potencial de crescimento de atendimentos.

Repactuação financeira

Durante o encontro, ficou definida uma reunião com prefeitos para debater a repactuação financeira apresentada pela Santa Casa. O encontro deve ocorrer entre os dias 5 e 9 deste mês para que os prefeitos façam a análise das condições propostas. O diretor técnico do hospital, Frederico Rocha Nogueira, informou que a reunião deve ser realizada com urgência devido ao risco de colapso financeiro do hospital, assim como o risco de interrupção de serviços prestados. Ele sugeriu ainda que o encontro possa ser realizado na própria Santa Casa.