Em nota, Santa Casa apela a autoridades para evitar colapso

Após decisão do Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) de declarar indicativo de interdição ética na Santa Casa de Campo Mourão, a presidente do hospital, Mariceli Bronoski, emitiu nota pública à imprensa solicitando apoio das autoridades para evitar um colapso no hospital. “Apelamos às autoridades por apoio para evitar esse iminente colapso”, diz.

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A nota, assinada por Mariceli ressalta as dificuldades financeiras enfrentadas pela entidade (que acumula dívidas de mais de R$ 58 milhões) e a escala médica. Segundo ela, o hospital precisa da colaboração das autoridades para uma revisão contratual. A presidente comentou também da decisão do CMR-PR, que determinou a interdição ética do hospital devido a irregularidades encontradas durante fiscalização do Conselho. “O ato do CRM prevê que médicos sejam impedidos de trabalhar no hospital se irregularidades não forem sanadas em 15 dias”, observou.

A presidente disse ainda que os desafios nas áreas de Urgência e Emergência, Ginecologia & Obstetrícia e Terapia Intensiva Neonatal e Pediátrica são decorrentes da falta de incentivo financeiro. “A responsabilidade da União Estado e Município no Sistema Único de Saúde (SUS) é crucial. Sem a devida subvenção financeira, a qualidade do atendimento e a operacionalidade do hospital estão ameaçadas. Solicitamos a colaboração das autoridades para uma revisão contratual e agradecemos antecipadamente pela atenção de todos”, diz o documento.

Interdição Ética

O Conselho Regional de Medicina do Paraná deliberou nessa terça-feira (30) Ato Indicativo de Interdição Ética na Santa Casa de Campo Mourão por irregularidades encontradas para o exercício da profissão de medicina. Com isso, os médicos que atuam na unidade poderão ficar impedidos do exercício da profissão, caso a situação não seja sanada.

O documento é assinado pelo presidente da entidade, Romualdo José Ribeiro Gama e o Gestor do Departamento de Fiscalização do Exercício Profissional do Paraná (Defep-PR), Carlos Felipe Tapia Carreno. A medida foi tomada após uma vistoria na Unidade pelo CRM que constatou irregularidades.

A TRIBUNA fez contato com a Assessoria de Imprensa do Conselho de Medicina do Paraná, que ficou de repassar detalhes sobre os ajustes que devem ser feitos no hospital. No entanto, conforme informações apuradas, entre as irregularidades estaria a falta de tabelas de plantões completas.

O CRM estipulou o prazo de 15 dias, a contar a partir desta terça-feira, para o hospital adotar as providências. Caso contrário, os médicos estão impedidos do exercício da profissão na Santa Casa.

Por ser um órgão regulador, o CRM-PR tem um trabalho de acompanhar e visitar hospitais do Paraná. A entidade fica atenta para que estas instituições de atendimento médico hospitalar atenda alguns requisitos e critérios técnicos. Por isso, faz uma inspeção regular a cada seis meses ou um ano.

Como na inspeção realizada na Santa Casa do município foram encontradas irregularidades, o Conselho decidiu em sessão plenária, nessa segunda-feira (29), por unanimidade, declarar a interdição ética.

A interdição ética é uma suspensão da atividade profissional médica, de caráter provisório ou definitivo, a ser utilizada excepcionalmente para proteger a boa prática médica e o direito à saúde do cidadão, ou seja, a medida não significa o fechamento da unidade. No entanto, os médicos ficam impedidos de dar expediente no local, ficando o atendimento suspenso à população até que irregularidades apontadas pelo Conselho sejam sanadas.