Escassez hídrica em dezembro foi a mais severa em 20 anos na área da Coamo, diz presidente executivo

A escassez hídrica no mês de dezembro de 2021, que causou grandes prejuízos na safra de grãos de verão em todo o Paraná e região da Comcam e outros estados produtores, foi a mais severa dos últimos 20 anos na área de atuação da Cooperativa Coamo. Algumas áreas não registraram praticamente nenhum milímetro de chuva.

“Dezembro foi um mês de maior escassez hídrica em todas as regiões da Coamo nos últimos 20 anos. Temos relatos de produtores do Paraná que nunca viram um dezembro tão seco assim na vida. É um mês para gente esquecer. Só não vamos esquecer porque as consequências são graves e temos que refletir sobre elas. Lembrar das proteções que temos que ter. Neste caso o seguro agrícola é uma das principais delas”, afirmou o presidente executivo da Coamo, Airton Galinari, em entrevista ao “Informativo Coamo”, desta sexta-feira (14). Ele foi entrevistado pelo jornalista Ilivaldo Duarte.

Durante reunião no início desta semana com técnicos do Governo Federal e Estadual, o presidente-executivo da Credicoamo, Alcir José Goldoni, informou que até a segunda-feira (10), 52% dos seguros dos cooperados tinham sido acionados, o que representa R$ 1,2 bilhão. Nos 25 municípios da região, a quebra na soja foi superior a 45% e, no milho, acima de 54%.

“Não tínhamos essa perspectiva quando fizemos a implantação da cultura em setembro e outubro. Até então as informações eram de que o La Niña não seria rigoroso. Mas o fenômeno afetou fortemente várias regiões do Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Paraguai e Argentina”, lamentou Airton Galinari.

O presidente executivo da cooperativa comentou ainda que as chuvas que vêm sendo registradas em janeiro está melhorando o cenário, mas que as perdas já sofridas são irreversíveis. “O Deral, IBGE e Conab já divulgaram seus números e todos apontam para reduções significativas. É uma situação preocupante”, relatou Galinari.

Segundo ele, a Coamo tem incentivado o seguro agrícola ao produtor para reduzir os prejuízos em caso de frustração de produção. “Esta é grande medida. Temos que ter uma proteção”, ressaltou, ao comparar o seguro agrícola como um insumo à parte ao produtor.

Galinari disse ainda que os produtores já estão correndo atrás de recursos para implantação do milho de segunda safra. Segundo ele, a preocupação é que o crédito rural está escasso. Esta questão, aliás, foi uma das reivindicações entregues ao Ministério da Agricultura por cooperativas do Paraná, inclusive a Coamo.