Excesso de chuva prejudica trabalhos de colheita do trigo e plantio da safra de verão

Se por um lado as chuvas dos últimos dias têm contribuído para bom desenvolvimento das lavouras de verão já semeadas, por outro vem prejudicando o andamento do plantio da safra – soja e milho- e término da colheita do trigo na região de Campo Mourão. Desde as últimas duas semanas de setembro as chuvas têm atingido a região propiciando poucos períodos de sol.

A preocupação maior é dos produtores rurais que ainda têm trigo para colher. O excesso de chuvas pode prejudicar a qualidade do grão, causando prejuízos. De acordo com último boletim semanal do Departamento de Economia Rural (Deral), divulgado na terça-feira (4), até o início da semana, restavam ainda 30% da safra de trigo a colher.

De segunda a quarta-feira, como o sol predominou em toda a região, este volume diminuiu já que os agricultores intensificaram a colheita. O próximo levantamento com os números exatos será divulgado somente na terça-feira da próxima semana. Conforme o boletim do Deral, até segunda-feira os produtores tinham colhido 70.210 hectares (ha) de 100.300 (70%). Da área que resta colher, 1.505 ha (5%) estão em condições ruins, 1.505 (5%) médias, e 27.081 (90%), boas. A estimativa é que a Comcam produza aproximadamente 262.786 toneladas de trigo. O cereal está cotado a R$ 91,95 a saca de 60 quilos.

Além de emperrar a colheita do trigo, as chuvas têm prejudicado também o andamento do plantio da safra de verão – milho 1ª safra e soja. Os trabalhos estão atrasados. Em relação ao milho, de 15 mil hectares reservados para a cultura na região, 11.250 (75%), tinham semeados até a publicação do boletim informativo. Cem por cento das áreas estão em boas condições de desenvolvimento. Na região, a produção inicial é estimada em cerca de 131.250 mil toneladas. O cereal está cotado a R$ 74,82 a saca de 60 quilos.

O atraso maior é no plantio da soja. Liberado desde 10 de setembro (com o fim do Vazio Sanitário), apenas 22% da área foi semeada na Comcam. Inicialmente os produtores enfrentaram falta de chuva para dar largada à semeadura. Depois as chuvas perduraram praticamente toda a última semana de setembro. Ou seja, foram poucos dias propícios para o plantio.

Na Comcam, os produtores irão plantar 705.000 mil hectares de soja. Até o início desta semana tinham semeado 155 mil ha, 22% da área. A boa notícia é que as chuvas estão contribuindo para o bom desenvolvimento da cultura que se encontra 100% em boas condições. Da área já semeada, 78% estão em germinação e 22% em desenvolvimento vegetativo. A região espera produzir aproximadamente 2.643.750 milhões de toneladas da oleaginosa, cuja cotação está em R$ 161,60 a saca de 60 quilos.

Recorde de chuvas

O mês de setembro deste ano foi o mais chuvoso dos últimos 16 anos em Campo Mourão. Foram 290 milímetros de chuvas. O volume é 22 vezes maior que o acumulado em setembro de 2021, quanto as precipitações atingiram apenas 13,6 mm. A média para o mês é de 140 mm.

De acordo com o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), desde a operação da estação meteorológica do Instituto em Campo Mourão, há cerca de três décadas, o setembro mais chuvoso foi registrado em 1998: 395 milímetros. Depois, em 2006, com volume acumulado de 319,8 mm. Para outubro, os prognósticos indicam chuva dentro da média histórica.