Falta do uso de rede de proteção em roçadas urbanas causa risco de prejuízos e acidentes

Preocupado com uma situação um tanto quanto perigosa a usuários das vias públicas e também ao risco de prejuízos a donos de carros e imóveis, o vereador Márcio Berbet (PP), está denunciando que trabalhadores que fazem a roçada urbana da cidade estão deixando de usar a rede de proteção. O equipamento de segurança, uma espécie de cavalete com rolimã e uma tela,  evita a projeção de estilhaços de materiais e pedras sobre carros que passam pela via no momento do trabalho, em imóveis, ou até mesmo em pedestres. Além disso, impede que a grama se espalhe pela via, sujando a rua. 

O uso do equipamento deveria ser obrigatório. Mas alguns trabalhadores, mesmo tendo o acessório acabam não utilizando. O motivo ninguém sabe. Nessa quinta-feira (11), por exemplo, alguns trabalhadores faziam a roçada na grama do canteiro central da Avenida Afonso Botelho, esquina com a Rua Mato Grosso sem o uso do equipamento. Assustado com as batidas de pedras no vidro de seu escritório, o vereador, que é advogado, saiu do lado de fora e chamou a atenção de um trabalhador, orientando que deveria estar utilizando a rede de proteção naquele serviço. 

“Nem me identifiquei como vereador. Chamei a atenção como cidadão mesmo. A resposta que tive é que se quebrasse a prefeitura pagava. Achei um absurdo, por isso resolvi gravar e postar nas redes sociais. A administração pública tem que mudar. Este serviço deveria ter fiscalização”, falou o vereador, ao se dizer revoltado com a afirmação do funcionário, que trabalha para uma empresa terceirizada. “Nós temos que ter excelência no nosso serviço público. Campo Mourão tem que mudar. Essa maneira de agir não pode existir”, emendou.     

A empresa responsável pelo serviço de roçada na área urbana é a Seleta Ambiental. O gerente, Gustavo Pacon, informou que a empresa presta apenas a mão de obra para os serviços. Todo e qualquer equipamento de proteção, segundo ele, é de responsabilidade da prefeitura. A TRIBUNA tentou contato como setor responsável pelas roças urbanas no município, mas sem sucesso.

Berbet, que já foi procurador geral do município, informou que já presenciou algumas vezes moradores procurando a prefeitura em busca de reparação de danos causados em veículos atingidos por pedras durante a roçada de gramas, pela falta da tela de proteção. “Além do risco de prejuízos, pedestres que passam pelo local também estão correndo risco de serem atingidos podendo sofrer ferimentos graves”, frisou o vereador.

Projeto de Lei

Por já ter presenciado várias situações do gênero, Berbet apresentou um projeto de lei na Câmara, determinando que todas as empresas que prestarem serviços de corte de grama, nas laterais das vias públicas de Campo Mourão, deverão utilizar tela de proteção que impeça o arremesso de pedras, grama e outros objetos.

Pelo projeto, o equipamento de proteção deverá ser colocado próximo à máquina de corte, devendo ter altura e largura suficientes para proteger pessoas, carros, entre outros, do arremesso de pedras. A lei, que está em discussão na Câmara, prevê multa de 10 salários mínimos e até cassação do alvará de funcionamento em caso de descumprimento. 

Lixão a céu aberto

Outra denúncia recebida por Berbet foi de um lixão a céu aberto, nos fundos do conjunto Avelino Piacentini, em uma estrada vicinal, que faz margem com a PR-158 (perímetro urbano de Campo Mourão). A situação foi levada ao conhecimento do vereador por um morador de um bairro próximo. 

“Fui ao local e conferi que tem lixo hospitalar, entulhos de construção civil, marmitas com resto de comida. Um relaxo Uma nojeira”, lamentou o vereador. Ele chamou a atenção que a situação acaba se tornando um problema de saúde pública por servir de criadouros de insetos, roedores, cobras, entre outros animais peçonhentos.  

“O pedido que fazemos é que ao perceber alguém jogando lixo, denuncie ou fotografe para que possamos tomar as medidas cabíveis”, orientou Berbet. Ele lembrou que até mesmo na área central, a população tem descartado móveis velhos em canteiros centrais de algumas avenidas. “O poder público tem sim obrigação de fazer a sua parte, mas a população também tem seus deveres”, ressaltou.