Famílias anfitriãs: veja onde os intercambistas do ‘Ganhando o Mundo’ se hospedam
O intercâmbio do programa Ganhando o Mundo, do Governo Estadual, por meio da Secretaria de Estado de Educação (Seed), já está em andamento para 17 estudantes do Núcleo Regional de Educação (NRE) de Campo Mourão. Os adolescentes estudarão por cerca de seis meses a 2ª série do ensino médio em diferentes destinos do Canadá e da Nova Zelândia. Outros 20 selecionados na região viajarão no segundo semestre do ano, especificamente em agosto, para os Estados Unidos (EUA), Reino Unido, Austrália e Irlanda.
Mas você sabe onde esses intercambistas se hospedam? Para responder a essa e outras dúvidas, a técnica pedagógica do programa no NRE de Campo Mourão, Sara Cristina Romeiro, compartilhou com a TRIBUNA as principais curiosidades sobre as chamadas “host families”, ou seja, as famílias anfitriãs que acolhem os estudantes paranaenses durante o período de estudo no estrangeiro. Alguns dos próprios intercambistas e seus pais também comentaram as experiências com a hospedagem.
De acordo com a profissional, os alunos geralmente ficam em casas de famílias selecionadas pelo programa de intercâmbio das escolas estrangeiras. “São famílias tradicionais, casais de idosos, pessoas que vivem sozinhas e que tenham um quarto vago na casa e disposição para receber um adolescente”, disse, acrescentando que são todas voluntárias.
A seleção é feita pelos programas de intercâmbio internacional das escolas nos países de destino, em parceria com a agência de viagem responsável pelo Ganhando o Mundo no Brasil. Mas são os anfitriões que escolhem os hóspedes. “As famílias voluntárias recebem as cartas dos estudantes brasileiros e selecionam o perfil com o qual melhor se identificam”, explicou.

Primeiro contato com a família anfitriã e acolhimento dos intercambistas
Após a família anfitriã escolher quem vai hospedar, o estudante selecionado recebe um e-mail com uma carta – chamada de “homestay letter” –, com todos os dados dos voluntários, fotos da casa e da família, descrição do que gostam de fazer juntos, endereço, telefone e e-mail. Esse é o primeiro contato entre os brasileiros e os estrangeiros, antes mesmo da viagem. Em seguida, eles marcam uma chamada de vídeo para começar a “estreitar os laços”.
Já nos respectivos destinos, os intercambistas costumam ser recebidos com entusiasmo pelas famílias. Foi o caso da aluna Emanuele Correia da Silva, do Colégio Estadual Cívico-Militar Rui Barbosa, de Mamborê, que chegou à cidade de Miramichi, no Canadá, no final de janeiro deste ano, para estudar na Miramichi Valley High School. Sua família acolhedora a recebeu, até mesmo, com um cartaz escrito “Welcome to Canada, Emanuele”, dando as boas-vindas para a adolescente.

Algumas famílias hospedam, ao mesmo tempo, mais de um intercambista de outros países também. No caso de Isabella Casa Grande, por exemplo, do Colégio Estadual Altamira do Paraná, que está na cidade de New Brunswick, também no Canadá, para estudar na Fredericton High School, ela está hospedada na mesma casa que a intercambista Enkhgerel Altangerel, da Mongólia, país da Ásia Oriental.
Conforme os alunos vão fazendo seus relatos em relação aos anfitriões, as famílias brasileiras também se tranquilizam. Taysla Fernanda Zanelato, mãe de Isadora Emanuelle Zanelato da Silva, de Luiziana, ficou aliviada com toda a novidade de ver a filha viajando para tão longe, na Nova Zelândia, logo que a adolescente chegou ao país.
“A Isa foi tão bem recebida, colocaram tudo nos mínimos detalhes do que ela gosta. Ela gosta de animal de porte grande, colocaram lá um calendário de cavalo, tapete de vaquinha”, contou a mãe em um áudio enviado para a técnica no dia em que a filha chegou, no final de janeiro. “Ah, tá tão bom lá. Nossa, se todos os alunos forem recebidos assim, que maravilha”, expressou Taysla.

A mãe de Adriano Martins de Sousa Junior, de Roncador, Edina Menarsk Kramek de Sousa, também compartilhou a felicidade de ver o filho vivendo essa experiência. Ele está no Canadá na casa da “host mother” (mãe anfitriã) Alma. “O Adriano está vivendo experiências incríveis, está com uma família maravilhosa, que procura inserir muitas atividades no dia a dia deles, estão sempre juntos fazendo coisas diferentes”, contou Edina, ao informar que Alma comentou que, no início deste mês, o frio extremo atingiu o Canadá, chegando a temperaturas de -35ºC.
Inclusive, para João Pedro de Moura dos Reis, o frio intenso, abaixo de zero, é o mais difícil de se acostumar. Apesar disso, ele comentou que a experiência do intercâmbio tem sido “incrível” em todos os aspectos, o que inclui sua host family. Ele, que é estudante do Colégio Estadual Cívico-Militar Olavo Bilac, de Peabiru, e está na cidade canadense de Hampton, fazendo intercâmbio na Hampton High School, falou sobre a receptividade da família e dos professores. “Eles sempre me incluem em atividades divertidas, como brincar na neve. Eu tive certa insegurança no começo, por conta da língua, mas eles estão sempre dispostos a me ajudar em casa e na escola (professores)”, relatou.
O intercambista ressaltou, ainda, os maiores desafios que tem enfrentado desde quando chegou, também no final de janeiro. “Aqui tem muita coisa diferente, por exemplo, no Canadá, eles amam colocar pimenta em tudo e não usam muito tempero na comida, como usamos no Brasil. Na escola, nós trocamos de sala conforme a aula e cada sala tem sua própria estética, o que deixa elas mais dinâmicas e divertidas”, comentou. “Quem tiver a chance de vir para o Canadá, pelo Programa Ganhando o Mundo, venha sem medo”, encorajou.

Subsídio do programa
A iniciativa estadual, que vem aumentando o número de participantes a cada edição – somente nesta, 1.200 alunos de todo o Paraná foram selecionados, além de 100 participantes da modalidade agrícola –, tem o objetivo de proporcionar formação acadêmica, experiências culturais e pedagógicas, além de aperfeiçoamento do idioma de língua inglesa aos participantes. Para isso, todas as despesas são custeadas pela Seed, inclusive com fornecimento de uma bolsa de R$ 800,00 por intercambista no período em que estiver no exterior.
Serviço
As inscrições para a edição 2025/2026 do programa abrem nesta terça-feira (25) e seguem até o dia 24 de abril deste ano. Novamente, são ofertadas 1.200 vagas em todo o Paraná. O Edital nº 27/2025 – GS/SEED, pode ser consultado acessando o site oficial do Ganhando o Mundo, na aba “Editais”: https://www.ganhandoomundo.pr.gov.br/