Gallassini, idealizador da Coamo, faz balanço de 2021 e fala sobre expectativa para 2022

O presidente do Conselho de Administração e idealizador da Coamo, a maior cooperativa agrícola da América Latina, José Aroldo Gallassini, concedeu entrevista ao jornalista Ilivaldo Duarte, no Programa “Informativo Coamo”, em que fez um balanço de 2021 e falou das expectativas para este novo ano que começou. “Esperamos que [2022] seja um ano normal e que a vida volte ao normal”, falou Gallassini, que é engenheiro agrônomo de formação.

Para ele, é ‘muito importante’ que 2022 ‘seja mais tranquilo’ que 2021. Apesar que, do ponto de vista econômico, o ano passado foi recorde de faturamento da Coamo no seus 51 anos, com o maior volume de sobras, o agrônomos disse que dois eventos ‘tumultuou’ 2021: a pandemia da Covid-19 ‘que foi uma guerra o ano inteiro’ – a cooperativa perdeu muitos cooperados e familiares e 11 funcionários-; e a frustração da safra de milho safrinha e trigo.

“Tivemos uma geada que atingiu o milho 2ª safra que realmente deixou grandes prejuízos. Deixamos de receber mais de 20 milhões de sacas. Isso foi o lado ruim. Para se ter uma ideia, no milho, 97% dos cooperados acionaram o seguro. No trigo também houve frustração com 75% de acionamento de seguro por causa das geadas”, frisou.

A Coamo encerrou 2021 com resultados recorde. Antecipou em dezembro a seus associados o pagamento de parte das sobras (lucros) de 2021. Foram distribuídos R$ 194 milhões. Com sede em Campo Mourão e atuação no Paraná, em Santa Catarina e em Mato Grosso do Sul, o grupo conta com mais de 30 mil cooperados. No total, as sobras, cujo valor final ainda não está definido, deverão superar o montante obtido no exercício passado — R$ 1,1 bilhão, dos quais R$ 503 milhões foram distribuídos aos cooperados. O faturamento chegará a cerca de R$ 23 bilhões, ante os R$ 18,8 bilhões de 2020.

Para 2022, Gallassini destacou que com o avanço da vacinação, a pandemia da Covid-19 parece estar mais controlada. A preocupação, segundo ele, é com a nova Cepa do vírus (Ômicron), com poder ainda maior de infecção. “Esperamos que diminua os ataques da doença na população. Hoje os hospitais estão mais liberados e há menos mortes. Temos que ficar livres desta doença de uma vez por todas. E para isso é importante que toda população se vacine completamente e se previna”, destacou.

Já em relação a safra 2021/22, cujo cenário já preocupa com perdas significativas devido à estiagem prolongada, o agrônomo disse que esta frustração prejudica a capitalização da economia de uma forma geral. “Frustração de safra é uma coisa que não temos nem poder de controle. Vamos aguardar. O clima é assim, às vezes dois ou três anos fica ruim e depois, três ou quatro anos, bom”, acrescentou.