Gatos ferais viram ameaça em Campo Mourão e preocupa PAIS

É difícil acreditar que aquele gato, muitas vezes carinhoso e fiel ao dono, possa representar algum tipo de risco ao ecossistema. O rápido crescimento da população e, principalmente, o abandono desses animais, preocupa cada vez mais a Associação Protetora de Animais Independente (PAIS) de Campo Mourão. Na questão dos gatos, que podem ser considerados domiciliados, semi domiciliados, não domiciliados ou ferais, o maior problema no momento envolve os gatos ferais, que ameaçam a fauna nativa e podem ainda causar a transmissão de doenças a humanos.

Os gatos ferais, são descendentes de gatos domésticos que se perderam de casa ou foram abandonados e forçados a aprender a viver nas ruas ou em ambientes com pouco contato humano, como armazéns, fábricas e prédios abandonados, ou seja, voltam quase à origem selvagem.

“Hoje não se tem controle em Campo Mourão sobre os gatos. O felino se tornou um problema muito maior do que possamos imaginar”, alertou a responsável pela PAIS, vereadora Elvira Schen. Segundo ela, esses animais quase não são vistos durante o dia, pois possuem hábitos noturnos.

“Estão nascendo gatos sem dono e se tornando animais ferais. Este tipo de animal acaba se alimentando de aves. Isso causa um desequilíbrio muito grande na natureza”, comentou. De acordo com estudos, gato feral é característica comportamental que pode estar presente em gatos domésticos. É aquele gato que não foi devidamente socializado com a espécie humana durante a fase da socialização, que acontece na infância ou juventude.

“Como é uma espécie diferente, é importante que na fase de socialização o animal aprenda a conviver com seres humanos. Toda espécie de gato que não é socializada na infância, a tendência é ter medo. E o gato que não é socializado com humanos na infância se torna feral. Ou seja, é arisco com pessoas, tem medo e não quer morar com pessoas, mesmo sendo doméstico”, comentou Elvira. Com isso, eles acabam se tornando animais independentes por não se acostumaram com seres humanos.

Estudos apontam que nos ambientes urbanos, a presença de animais ferais vem se tornando uma grande preocupação de saúde pública, pois dos gatos ferais, neste caso em específico, somente uma reduzida parcela é vacinada ou possui um tutor responsável.

Como é um animal muito prolífero, sua população cresce desordenadamente. A partir daí, perambulam pelo meio urbano e rural, causando sérios danos ao meio ambiente

No meio urbano, a grande presença de gatos pode promover peculiar impacto sobre a população selvagem vizinha, além da atividade predatória, esses animais podem transmitir doenças sendo vetor de vários agentes etiológicos, disseminando patologias para várias espécies, incluindo humanos.

Doenças

Entre as doenças que podem ser transmitidas por gatos não vacinados e cuidados, estão: toxoplasmose, bartonelose, esporotricose, raiva e erliquiose. “Há uma necessidade urgente de realização de estudos que levantem a população de felinos em Campo Mourão devido aos riscos que esta situação oferece à saúde pública”, acrescentou Elvira.