#justicapeloanthony: família de adolescente morto em acidente fará adesivação de carros
A família do adolescente Anthony Pietro Fanti Rosa, de 14 anos, morto em um acidente de trânsito no ano passado, segue realizando a mobilização da sociedade para pedir justiça pela morte dele. Uma das ações acontecerá neste sábado (14), na Praça do Fórum, em Campo Mourão, às 16 horas, com a adesivação de automóveis. Qualquer pessoa que tiver interesse em apoiar a causa pode comparecer ao local com seu carro para colar um adesivo no para-brisa, sem custo, com os dizeres: #justicapeloanthony.
A tragédia que tirou a vida de Anthony aconteceu no final de novembro de 2024, na rodovia PR-558, entre Campo Mourão e Araruna, quando uma idosa de 77 anos colidiu sua BMW com o carro do pai da vítima, Luiz Thiago Rosa. O adolescente, que estava no banco do passageiro, não resistiu aos ferimentos e morreu no local. O inquérito policial indicou que a condutora do carro de luxo estava embriagada, com a habilitação suspensa e dirigindo em alta velocidade, fazendo zigue-zague na pista, quando o fato ocorreu.
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Desde então, os pais, demais familiares e amigos de Anthony buscam justiça, para que a idosa responda pelo crime em regime fechado. “O nosso pedido é um só: por justiça”, afirmou Rosa. Outras iniciativas já foram realizadas desde que a tragédia aconteceu, como mobilizações, com passeatas em frente ao Fórum, e uso de camisetas que pedem justiça pela morte de Anthony.
“O adesivo é mais um meio de as pessoas estarem aderindo à nossa causa, ao nosso pedido por justiça”, informou o pai, ao acrescentar que, em breve, serão confeccionadas mais camisetas para serem distribuídas como forma de também demonstrar apoio à situação.

Andamento do caso
No mês passado, o Ministério Público ofereceu denúncia contra a investigada. Em seguida, o Juiz da 1ª Vara Criminal da Comarca de Campo Mourão recebeu a denúncia, sendo evoluída a classe de Inquérito Policial para Ação Penal de Competência do Júri. Com isso, a idosa poderá ser levada a júri popular.
Dessa forma, ela passou a ser ré pelos crimes de homicídio doloso qualificado, com base no Artigo 121, Parágrafo 2º, Inciso III, do Código Penal, pela morte do adolescente, e tentativa de homicídio qualificado, conforme o Artigo 121, Parágrafo 2º, Inciso III combinado com o Artigo 14, Inciso II, também do Código Penal, do pai do Anthony, que conduzia o veículo que foi atingido.
Esse foi considerado um avanço pela família, mas, para os pais, ainda não é suficiente. “A ré se encontra solta, e a família do Anthony, a mãe, o pai e a irmã, se encontram presos no luto eterno”, disse Rosa. A ré segue em prisão domiciliar em Curitiba – fora da Comarca de Campo Mourão, cidade em que ela reside – com autorização legal, para tratamento médico devido a um ferimento na perna causado pelo acidente.
O próximo passo, conforme explicou a advogada da família da vítima, Tatiani Bertolucci, após a acusada apresentar resposta à acusação, será o agendamento da audiência de instrução e julgamento, na qual as testemunhas – já ouvidas na fase policial – prestarão depoimento em sede judicial. “Continuamos lutando pela confecção do laudo do módulo da BMW que ainda não foi concluído e é importante para a acusação”, enfatizou Tatiani.
Por meio desse documento, será possível saber a velocidade real que o carro de luxo estava no momento da colisão. Já o advogado da acusada informou, por meio de nota, que se manifestará nos autos do processo – que segue em segredo de justiça – e afirmou que a condutora não assumiu o risco de causar a morte da vítima.
O acidente
O grave acidente que tirou a vida do adolescente de 14 anos no dia 24 de novembro de 2024, na rodovia PR-558, aconteceu quando ele retornava de Campo Mourão a Araruna com seu pai, em um veículo VW Virtus, após o jovem realizar uma prova na UTFPR. Em frente ao acesso à Vila Rural Flor do Campo, em Campo Mourão, uma idosa de 77 anos que conduzia uma BMW colidiu com o Virtus.
Com a violência do impacto, o adolescente, que estava no banco do passageiro, acabou ficando preso às ferragens, não resistindo aos ferimentos e morrendo no local. Já seu pai, de 38 anos, sofreu alguns ferimentos. Após trabalhos de investigação da Polícia Civil do Paraná, a análise pericial indicou que o carro de luxo conduzido pela idosa estava em alta velocidade no momento do acidente. Além disso, de acordo com o laudo, não houve marcas de frenagem no local da colisão, o que apontou ausência de reação da condutora.
Com o impacto da batida, ainda, partes da BMW, incluindo peças do motor e do câmbio, foram ejetadas do automóvel e se espalharam pela rodovia. O inquérito concluiu que a idosa estava embriagada quando o fato aconteceu. A constatação veio do laudo médico do Hospital Santa Casa e do depoimento de testemunhas, incluindo um policial civil que atendeu a ocorrência. Ele afirmou que a motorista apresentava “odor etílico e comportamento alterado”.
As investigações junto ao Detran também comprovaram que a investigada não tinha permissão para dirigir, pois estava com a CNH suspensa até 2025. Conforme os documentos incluídos nos autos dos processos, a suspensão foi aplicada em razão da reincidência e do acúmulo de infrações de trânsito consideradas graves e gravíssimas, assim como de excesso de velocidade e direção perigosa.