Lar dos Velhinhos tentará envolver sociedade para não fechar as portas

A direção do Lar dos Velhinhos Frederico Ozanam, de Campo Mourão, vai elaborar um projeto para arrecadar recursos financeiros junto a empresas e clubes de serviço da cidade. A iniciativa é uma tentativa de evitar que a instituição tenha que paralisar o atendimento por conta de dívidas, que já chegam a R$ 200 mil.

O risco de fechamento do Lar foi exposto no fim de semana pelo padre Adilson Naruishi, da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Nesta quinta-feira (08), a presidente interina, Rosineia Proença, revelou à TRIBUNA a ideia do projeto de arrecadação. “O risco de ter que fechar existe, como disse o padre. Mas estamos trabalhando para que isso não aconteça”, disse Rosineia. O Lar dos Velhinhos é administrado pela Sociedade São Vicente de Paula.

Segundo a presidente, a ideia é envolver a Associação Comercial e Industrial (Acicam) e também a diocese, através das paróquias. “A nossa situação financeira já era difícil, mas ficou ainda pior com a pandemia pela impossibilidade de realizar eventos que ajudavam a angariar recursos financeiros”, explica Rosineia.

Números

Ela revela que a previsão de receita da instituição neste mês de julho é de R$ 103 mil para uma despesa de R$ 154 mil. “Todo mês fechamos no vermelho, nesta média de R$ 40 a R$ 50 mil”. Além de recursos do governo federal, a arrecadação vem de convênios com as prefeituras de Campo Mourão e Araruna, parte de aposentadorias e benefícios de internos, doações voluntárias e campanha do Imposto de Renda (R$ 32 mil por mês).

Atualmente 39 idosos são atendidos no Lar, dos quais 36 de Campo Mourão e 3 de Araruna. Pelo convênio, Campo Mourão tem direito a até 50 vagas. A prefeitura de Araruna paga R$ 1.250,00 por mês por vaga. Há ainda três em processos de admissão.

Responsabilidade

O padre Adilson cobrou ações do poder público e citou ainda outras instituições da cidade que enfrentam situação semelhante. “O poder público não consegue atender a demanda, não sei por que. Eu não sei quem pode resolver esse problema. O que não podemos é deixar esses idosos serem devolvidos a famílias que não tem condições de cuidar ou serem colocados em qualquer lugar”, argumentou o religioso.

O padre também fez referência às exigências da legislação em relação a instituições assistenciais, que elevam o custo de manutenção, mas não oferecem contrapartida. “Se o idoso ou criança está na rua não tem nutricionista para saber se está comendo, não tem psicólogo, farmacêutico, não tem Bombeiros para saber se tem corrimão, degrau. Mas se coloca numa instituição para dar assistência, aí esses órgãos de fiscalização vem com uma série de exigências”, analisou.