Mais de 23% dos mourãoenses já foram infectados pela Covid-19

Mais de 23% dos moradores de Campo Mourão já foram contaminados pela Covid-19. Números do último boletim covid, divulgado pela Secretaria da Saúde na noite dessa sexta-feira (4), apontam que a cidade tem um acumulado de 22.454 pessoas infectadas. Considerando que o município possui uma população de 96.102 habitantes, o número de mourãoenses que já tiveram o vírus corresponde a 23,36% do total populacional. Ou seja, de cada 4 pessoas pelo menos uma já foi acometida pelo coronavírus.

O que chama atenção é a quantidade de mortes em consequência da Covid-19 em tão pouco tempo, 1 ano e 11 meses desde o início da pandemia: 360. Os óbitos equivalem a 1,63% do total de infectados.

Moradores que morreram na cidade têm idades que variam de 19 a 90 anos. Grande parte das mortes ocorreu em pacientes com alguma comorbidade ou então àqueles em idosos com idade bastante avançada, públicos com a saúde geralmente mais frágil. Porém, entre as vítimas, houve também pessoas jovens. E saudáveis, o que demonstra o poder de letalidade do vírus.

Ainda conforme o boletim da secretaria de Saúde do município, a cidade tem 2.750 casos ativos de Covid-19. Nessa sexta-feira (4), pela primeira vez a média diária de confirmações ficou abaixo de 300: foram 290 novos pacientes positivados. Curados foram 315. Do total de infectados, o município tem 19.344 moradores curados da doença, pessoas que já retornaram à sua rotina normal de vida.

Vacina

Números à parte, já está comprovado que a melhor forma de controlar a doença, no tocante a evitar mortes, é a vacinação. Estudos clínicos apontam isso, o que também vem sendo diariamente reforçado pelas autoridades de Saúde.

As últimas mortes decorrentes na região, por exemplo, ocorreram, em sua maioria, em pacientes que não estavam com o ciclo vacinal completo ou com algum tipo de comorbidade associada. Os que completaram o esquema vacinal e foram infectados, tiveram, em mais de 95% dos casos, apenas sintomas leves.

“Os números estão mostrando a todo momento que se não fosse a vacina o cenário seria catastrófico em relação a mortes devido ao alto índice de contaminação. Está claro e bastante evidente aos olhos de todo mundo que a vacinação reduziu a letalidade do vírus. Além disso, análises indicam que os óbitos estão ocorrendo em pessoas com comorbidade e àquelas que não concluíram ou recusaram a vacina. Aliás, estes que não se vacinaram a chance de se contaminar e sofrer complicações graves é muito maior”, afirmou o chefe da 11ª Regional de Saúde de Campo Mourão, Eurivelton Wagner Siqueira, em entrevista nesta semana à TRIBUNA.

Levantamento da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná corrobora as informações de Siqueira. Um estudo fez uma relação direta entre o perfil dos óbitos e da maioria de internados pela Covid-19 no Paraná com o esquema vacinal da população.

O potencial de mortes entre as pessoas de 12 a 59 anos que não tomaram nenhuma vacina é de 6,59 por 100 mil habitantes. O índice de mortalidade na mesma faixa etária cai para 0,29/100 mil em pessoas com o esquema completo e o reforço; 0,75 com o esquema completo (duas doses); e 0,96 para quem tomou apenas a primeira dose. Isso quer dizer que a cada 100 mil pessoas, mais de seis morreram por não se vacinar, número inferior a um entre os vacinados, 22 vezes menor.

Já na faixa acima de 60 anos, considerada de risco para qualquer doença, a taxa de óbitos por 100 mil habitantes de não vacinados foi de 216,32 nesse período. O indicador cai para 7,84 com o esquema vacinal completo com a dose de reforço, ou seja, 27,6 vezes menor.

A análise, é um recorte de 1º de dezembro de 2021 a 31 de janeiro deste ano. É como se fosse uma fotografia dos últimos meses. Nesse período toda a população tinha à disposição ao menos duas doses e a terceira já tinha sido iniciada em faixas etárias acima dos 40 anos na maioria dos municípios. A conclusão é a mesma que já foi observada por diversos pesquisadores ao longo da pandemia: a imunização é a principal resposta para o controle da Covid-19.