Mesmo com chuva irregular plantio da soja avança e entra na reta final na região

Mesmo com as chuvas irregulares, o plantio da soja segue avançando na Comcam. Conforme boletim do Departamento de Economia Rural (Deral), núcleo de Campo Mourão, 621 mil hectares dos 690 mil foram semeados na região, o equivalente a 90% da área. Há cerca de três meses não chove significativamente na região, o que está prejudicando a conclusão dos trabalhos de plantio. 

Da área semeada, 3% se encontram em condições ruins, 55% (medianas); e 42% em boas condições. De acordo com o Deral, 40% da cultura estão em germinação e 60% em desenvolvimento vegetativo. A produção estimada na Comcam caiu de 2,6 milhões para 2,4 milhões de toneladas e já se enquadra ao mesmo patamar de produção  de 2019, que também foram 2,4 mi/ton. 

O Deral estima que 994 mil toneladas já foram comercializadas pelos produtores o equivalente a 40% da produção regional. A venda antecipada foi impulsionada pela valorização da oleaginosa.  A exemplo do que vem ocorrendo nos últimos meses, os preços da soja continuam aumentando na região. De R$ 132,00 nos últimos 20 dias, a saca de 60 quilos do grão está cotada atualmente em média R$ 147,00. 

Conforme analistas, o principal fator para a alta do preço é a valorização do dólar. Segundo o Deral, a alta do dólar beneficia os produtores na venda do produto, apesar de ser prejudicial para a compra de insumos. A longa guerra comercial entre China e Estados Unidos, que transferiu a demanda da China para a América do Sul, é vantajosa para o produtor brasileiro. Com os problemas climáticos, os EUA registraram redução na produção neste ano, o que também aumentou a demanda do Brasil. O plantio de soja no Paraná está liberado até 31 de dezembro. 

Números

A soja é responsável por 91% da área e 82% da produção total de grãos de verão no Paraná. Dos 6 milhões de hectares previstos para esta safra, 5,5 milhões são da soja. Nesta safra, a expectativa é de manutenção na área plantada e de aumento na produção, projetada em torno de 19,8 milhões de toneladas.

O aumento de 22% na produção é devido a recuperação da produtividade, pois a área agricultável do Estado está bem definida. No ano passado, principalmente a partir do mês de outubro, a seca afetou significativamente a produção de soja no Paraná, que teve quebra de 17%, o que corresponde a 3 milhões de toneladas.

Safra de grãos 2020/21 será histórica, diz Conab

De acordo com o segundo levantamento da safra de grãos 2020/21, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nessa terça-feira (10), o Brasil deverá alcançar a produção de 268,9 milhões de toneladas de alimentos, que representa 11,9 milhões de toneladas ou 4,6 % a mais do que a temporada de 2019/2020. Em relação ao volume estimado no mês passado, houve aumento de 269 mil toneladas. Com este resultado, o Brasil caminha para bater novo recorde.

A nova estimativa considera a recuperação da produtividade das culturas da soja e do milho primeira safra. Ambas foram severamente prejudicadas pela estiagem em 2019, sobretudo no Rio Grande do Sul. Apesar do atraso das chuvas neste ano, os produtores aceleraram o ritmo e, até a última sexta-feira, o plantio alcançava 55% da área estimada, contra 56% no mesmo período da safra passada. O milho primeira estava em 54%, contra 42% há um ano. O plantio do arroz também estava adiantado, com 67% até o dia 6, bem superior aos 53% da safra anterior.

Outro fator que contribui para o recorde é o aumento na área plantada. Este ano, a previsão é de que sejam cultivados 67,1 milhões de hectares, 1,8% a mais que na safra passada. Isso faz com que a área plantada também seja recorde.

A produção de soja deve alcançar 135 milhões de toneladas, confirmando o país como o maior produtor mundial da oleaginosa. A área de cultivo está estimada em 38,2 milhões de hectares. A safra total de milho também deverá ser a maior da história, com produção estimada em 104,9 milhões de toneladas, colhidas em 18,4 milhões de hectares (área total).

Em relação ao trigo, cerca de 80% da colheita da safra 2020 já foi concluída. O volume de produção está estimado em 6,4 milhões de toneladas, com 2,3 milhões de hectares cultivados.

Exportação 

Em relação ao milho, para o ano safra atual, foi mantida a previsão de exportações em 34,5 milhões de toneladas. Ainda em outubro, os embarques foram de 5,1 milhões de toneladas, redução de 14,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

Para a soja, a expectativa de venda para o mercado externo está em torno de 82,7 milhões de toneladas para este ano, sendo que já foram exportados no período de janeiro a outubro 81,4 milhões de toneladas. Para o próximo ano, são esperadas cerca de 85 milhões de toneladas, o que representaria aumento de 2,78%.