Municípios da Comcam realizam campanhas de conscientização sobre hanseníase

Janeiro é o mês destinado à conscientização sobre a hanseníase, doença que ainda é alvo de preconceito e desinformação. O Brasil ocupa o segundo lugar do mundo que mais apresenta casos da doença. A nível de estado, o Paraná vem aumentando o número de novos registros. Diante disso, muitos municípios da Comcam (Comunidade dos Municípios da Região de Campo Mourão) aderiram à campanha este ano e divulgaram cada vez mais informações, a fim de prevenir novos casos, e orientaram como proceder quando alguém é infectado.

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Segundo a Agência Estadual de Notícias, no Paraná, foram registrados, no último ano, 415 novos casos da doença. Para ampliar a taxa de detecção, o Estado oferta testes rápidos em todas as 22 Regionais de Saúde para pessoas que estiveram em contato próximo e prolongado com casos confirmados.

De acordo com divulgação da prefeitura de Barbosa Ferraz, como a doença pode ser tratada e tem cura, quando uma pessoa apresentar algum sintoma característico, deve procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima para receber tratamento gratuito.

Por sua vez, o município de Farol expandiu a campanha e realizou a “Semana H”, buscando uma ampla conscientização sobre a hanseníase. Um dos objetivos da ação foi identificar a doença e encaminhar os pacientes para tratamento adequado.

Outras cidades da região, como Araruna e Roncador foram mais algumas que disseminaram a campanha nas redes sociais e nas secretarias de saúde. Em Roncador, por exemplo, foi registrado o dobro do número de novos casos em 2023, comparado com o ano anterior.

Hanseníase

A doença infecciosa e contagiosa é transmitida pela bactéria Mycobacterium leprae, conhecida como bacilo de Hansen. A transmissão ocorre pelo contato direto pessoa a pessoa e é facilitada pelo convívio de doentes não tratados com outros indivíduos.

O Ministério da Saúde esclarece que os pacientes em tratamento da doença deixam de transmiti-la, cujo período de incubação pode levar de três a cinco anos. Porém, a maioria das pessoas que entra em contato com esses bacilos não desenvolve a enfermidade.

A faixa etária mais atingida é de 11 a 66 anos, com predominância no sexo masculino. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, a cada ano, cerca de 210 mil indivíduos são diagnosticados com hanseníase e até 50% deles enfrentarão, além da própria doença, problemas de saúde mental, como depressão ou ansiedade.

O último domingo deste mês (28) foi o Dia Mundial da Hanseníase e Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase. No Brasil, o dia foi instituído pela Lei nº 12.135/2009.

Principais sintomas

  • Manchas com perda ou alteração de sensibilidade para calor, dor ou tato.
  • Formigamentos, agulhadas, câimbras ou dormência em membros inferiores ou superiores.
  • Diminuição da força muscular, dificuldade para pegar ou segurar objetos, ou manter calçados abertos nos pés.
  • Nervos engrossados e doloridos, feridas difíceis de curar, principalmente em pés e mãos.
  • Áreas da pele muito ressecadas, que não suam, com queda de pelos (especialmente nas sobrancelhas).
  • Caroços pelo corpo, coceira ou irritação nos olhos.
  • Entupimento, sangramento ou ferida no nariz.