“O Paraná pode ter um governo melhor”, diz pré-candidato César Silvestre

Buscando o fortalecimento de seu nome, o pré-candidato ao governo do Paraná, César Silvestri Filho (PSDB), cumpriu agenda nessa quinta-feira (19) em Campo Mourão e municípios da região.

Ele se reuniu com prefeitos, lideranças políticas e comerciais e sociedade civil organizada para apresentar propostas e receber reivindicações. Na ocasião, o político fez uma visita à Tribuna do Interior. Em entrevista ao jornal, fez uma avaliação da atual situação do Estado e falou sobre a corrida eleitoral.

“O Governo do Paraná precisa estar mais próximo de soluções que são antigas na região e pelo interior do Paraná. A gente vê, por exemplo, a questão da Saúde. Hoje os municípios são dependentes de centros maiores. Este ciclo tem se repetido ao longo dos tempos e precisa ser encerrado definitivamente. O Paraná pode ter um governo melhor e por isso colocamos nosso nome à disposição”, falou Filho, que é considerado como a ‘terceira via’ ao Governo do Paraná.

César Silvestre foi prefeito de Guarapuava por duas gestões, além de já ter sido deputado estadual e ser de uma família bastante conhecida na política paranaense. Um de seus desafios nestas Eleições é buscar por destaque diante da polarização entre Ratinho Junior (PSD) e Requião (PT). À reportagem ela fez críticas ao modelo de gestão atual e defendeu o legado do PSDB no Estado durante os governos Beto Richa.

Tribuna do Interior – O que o senhor veio fazer na região?
César Silvestri Filho – Como pré-candidato ao Governo do Paraná tenho procurado neste momento percorrer as cidades polo do Estado neste processo de ouvir a população e conversar com lideranças do setor produtivo, sociedade organizada e social, e também com as lideranças políticas. Em Campo Mourão estive visitando o prefeito da cidade, a Câmara de vereadores, a Coamo, entre outros empresários do município. O objetivo é aprimorar a compreensão de que forma o governo pode ser mais efetivo e presente na região.

Para o senhor que tem laços familiares com a cidade, como é estar em Campo Mourão?
Vir a Campo Mourão me traz uma alegria. Tenho uma história aqui. Sou descendente do Belin Carolo, sou Carolo. E a gente tem uma história aqui. E sabemos da importância do município para o Brasil.

Na sua visão, o que é preciso para um bom governo?
O Governo do Paraná precisa estar mais próximo de soluções que são antigas na região. A gente vê, por exemplo, a questão da saúde. Hoje os municípios são dependentes de centros maiores. Este ciclo tem se repetido ao longo dos tempos e precisa ser encerrado definitivamente. O Paraná talvez só vai conseguir encerrar isso o dia que tiver um governante que venha dessa realidade do interior e compreenda na pele essa dificuldade de viver nessa dependência de colocar paciente em ônibus para percorrer mais de 200 quilômetros para atendimentos até básicos por falta de estruturação dos nossos serviços. Nossa proposta é descentralizar a Saúde em todo o Estado.

Hoje quais os problemas mais evidentes no Estado?
O pedágio e a segurança pública. A situação do pedágio do Paraná é gravíssima. O atual governo está desenvolvendo um modelo que consegue ser pior do que o modelo do Jaime Lerner. Ele está incluindo 15 praças novas de pedágio com uma tarifa igual ou mais cara do que tínhamos no passado e num contrato que será mais longo que o anterior, que é de 30 anos. E temos outra situação muito grave: além do pedágio já iniciar caro, vai ter um acréscimo de 40% adicional quando forem iniciadas as obras. Na prática teremos um modelo que vai lesar ainda mais a nossa população e desindustrializar ainda mais o nosso interior. É uma irresponsabilidade a forma como está sendo conduzida o pedágio no Paraná. Espero que a população do Paraná me dê a oportunidade de ser o governador do Estado para que a partir de janeiro de 2023 eu tenha tempo de intervir neste processo e minimizar algumas das distorções do modelo que está sendo proposto.

E a segurança pública?
Depois do pedágio, a segurança pública é o problema mais evidente que vivemos no Paraná. Desde o início do atual governo não foi contratado um único policial. Estamos com o menor efetivo proporcional da história, o menor número de delegados por habitantes do Brasil. Mais de 80 cidades do Paraná estão sem nenhum policial e mais de 80 cidades sem delegados de Polícia Civil. Campo Mourão tem hoje a metade do contingente de policiais militares que deveria ter. Isso na prática faz com que o Paraná se transforme no ‘parquinho de diversão’ do crime organizado. Como exemplo cito a minha cidade. Na Páscoa ficamos mais de três horas refém da criminalidade sem nenhuma capacidade de reação das nossas forças de segurança. Inclusive com a morte de um policial militar que era meu amigo. Eles foram metralhados de forma covarde sem nenhuma capacidade de resposta. O crime organizado tinha informações de que naquele dia só teria nove policiais pela cidade inteira. Eles chegaram lá em mais de 50 criminosos em carros blindados. Essa é a realidade que vivemos. Se a sede do batalhão sofreu este tipo de ataque, imagine como é a situação nos municípios menores.

Como concorrer a eleição contra Ratinho e Requião?
Com muita naturalidade. Reconheço que esta eleição vinha com duas opções apenas, o atual governador ou o ex-governador Requião. A nossa candidatura foi colocada mais recentemente. O que difere essencialmente eu deles não é nada de aspecto pessoal, mas sim a visão de Estado. Eu sou uma liderança que nasci, fui criado e crio meus filhos no interior do Paraná. Eu sou uma liderança forjada na gestão pública de uma das principais cidades do interior do Paraná. A minha visão do Estado é diferente da deles. Eles são lideranças políticas que assim como todos os outros governadores governam o Paraná com olhar de capital de Estado, com uma visão curitibana. Eu enxergo o Paraná a partir de uma visão interiorana e quero construir e conduzir um plano de desenvolvimento para o Estado a partir desta vivência. É isso que me difere deles. Não é segunda ou terceira via. Temos uma candidatura que tem um olhar e uma proposta que eles não têm.

Como está sua pré-campanha?
A cada dia que ando pelo Paraná nossa [pré] campanha está crescendo. Nossa [pré] candidatura provoca na população um bom sentimento de surpresa, de uma outra opção. O que se percebe é que 50% da população hoje não aprova o atual governo e não viam no Requião a alternativa que esperavam. Então era um sentimento de falta de voz para representar este descontentamento. Nossa candidatura está se apresentando como a voz que representa aqueles que entendem hoje que o Paraná pode ter um governo melhor. Todos os lugares onde vou tenho manifestações espontâneas de apoio.

O que tem a oferecer ao povo do Paraná caso seja eleito governador?
Primeiramente, minha experiência como gestor público bem avaliado que fui. Entendo que o paranaense não gosta de aventuras. A minha candidatura traz a ousadia da minha juventude, mas traz a experiência de quem governou um município complexo do Paraná por oito anos e saiu com 80% de aprovação elegendo sucessor. Esta experiência minha é o que ofereço pelo Estado. A forma de governar e ter compromisso de entregar as coisas e de realmente pensar em ações estruturantes para cada uma das regiões. Podem esperar de mim um governador com compromisso real, o compromisso de descentralizar a saúde, fazer o maior programa habitacional que o Paraná já viu, investimento em infraestrutura para escoamento de nossa produção agrícola, programas na área social, enfim, olhar para todas as áreas de verdade.

O senhor já tem alianças confirmadas com outros partidos?
Por enquanto temos aliança formal com o Cidadania. E tenho conversado com mais partidos com frequência. A expectativa é que até o prazo das convenções eleitorais este namoro se torne casamento.

Deixamos o espaço aberto ao senhor…
Quero pedir à população do Paraná que fique realmente atenta a este processo eleitoral. No Paraná precisamos debater os assuntos do Paraná. Sou uma liderança política do interior que tenho um pensamento coerente do ponto de vista ideológico ao longo da minha vida. Sempre tive um posicionamento claro, sempre fui um político que fiz o confronto de ideias com o PT ao longo de toda a minha vida, o contrário do atual governador que hora já esteve com PT, hora já esteve com Bolsonaro e até agora não se definiu para que lado vai. Peço que as pessoas me conheçam pela história que tenho, e que acompanhem a minha candidatura.