Para evitar acidentes, motoboy corta por conta própria fios arrebentados em via

Fiações arrebentadas e expostas nas vias públicas, canteiros centrais e até mesmo em calçadas, praticamente em todas as regiões de Campo Mourão, não são novidade. Mesmo com toda discussão já dedicada ao assunto na cidade, o problema persiste. Porém, a atitude do motoboy João Marcos Mendes Ferreira, na noite desse domingo (25), na Avenida Comendador Norberto Marcondes, cruzamento com a Rua São José, área central, chamou a atenção de quem passava pelo local.

Por conta própria, o trabalhador pegou um alicate e cortou parte das fiações arrebentadas que estavam em meio à via para evitar acidentes no local por motociclistas, pedestres e até mesmo carros.

“Não tem o que fazer. É perigoso passar ali e enroscar o pescoço ou a moto, podendo sofrer uma queda. Pode até ser fatal”, alertou o motoboy à reportagem da TRIBUNA que passava pelo local e presenciou a cena. Ele continuou: “A gente tem que andar ‘ligeiro’. Eu vi em um grupo nosso dos motoboys a situação e passei pelo local para fazer uma entrega, e na volta lembrei que tinha um alicate e cortei para ninguém se enroscar ou correr o risco de se envolver em acidente”, comentou.

Antes da ação de Ferreira, um morador que reside próximo ao local já havia “sinalizado” os fios arrebentados, amarrando sacolas para alertar usuários da via. Conforme apurou a reportagem, os fios foram arrebentados por um caminhão furgão que passou pelo local, descendo sentido à Rua São José e à Perimetral Tancredo de Almeida Neves. O condutor não parou, talvez por não perceber o acidente. A suspeita é que os cabos estavam muito baixos.

O rompimento de cabos geralmente gera transtornos também a moradores, que muitas vezes ficam sem internet ou sinal de telefonia. Moradores da região pediram providências para solucionar o caso.

No início do ano passado, o Procon de Campo Mourão chegou a iniciar uma força-tarefa com a Copel e Secretaria de Mobilidade Urbana pela cidade para documentar e punir casos de cabos soltos nas vias públicas. Entre as sanções, estavam previstas multas, embargos, interdições e até cassação de alvarás.

A medida buscou somar forças com outros órgãos e entidades públicas para tentar solucionar o problema, que é bastante antigo na cidade. Porém, mais de um ano se passou, e a situação continua.